A cidade de Francisco Morato foi palco de uma das prisões mais relevantes do mês de agosto. Um zelador de escola estadual, condenado a 23 anos e 4 meses de reclusão por estupro de vulnerável, foi capturado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) na última quinta-feira (7). O crime, registrado em 2020, teve a condenação definitiva apenas neste ano, e o acusado estava foragido desde então.
Pontos Principais:
A ação local fez parte da Operação Shamar, mobilização estadual voltada ao combate à violência contra a mulher e realizada em alusão ao Agosto Lilás, período de conscientização e enfrentamento a crimes de gênero. Com a coordenação do Ministério da Justiça e a participação de diversas forças de segurança, a operação teve como meta o cumprimento de mais de mil mandados de prisão.
No estado de São Paulo, 2,2 mil policiais civis, entre eles equipes especializadas e das Delegacias de Defesa da Mulher, se uniram para cumprir as ordens judiciais. O resultado foi expressivo: 355 agressores detidos em um único dia, em operações simultâneas nas diferentes regiões paulistas.
A captura em Morato reforça um trabalho consistente. Somente nos últimos sete meses, a DDM da cidade já havia localizado e prendido mais de 60 foragidos, consolidando seu papel no enfrentamento à criminalidade e na proteção das vítimas. Essa atuação constante amplia a rede de apoio às mulheres e contribui para a aplicação efetiva das medidas protetivas previstas em lei.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, destacou a dimensão e a importância da operação, classificando-a como uma das maiores já realizadas no estado com foco na defesa da mulher. Para ele, a integração das forças policiais e a agilidade na execução dos mandados demonstram o compromisso do governo em agir nos momentos mais críticos para as vítimas.
Além das prisões, a estratégia estadual tem se apoiado no monitoramento por tornozeleira eletrônica para fiscalizar agressores já condenados. Na capital paulista, o acompanhamento diário é realizado pelo Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), permitindo respostas rápidas a qualquer descumprimento de medidas protetivas impostas pela Justiça.
A delegada Adriana Liporoni, que coordena as Delegacias de Defesa da Mulher em São Paulo, ressaltou que a ação representa uma resposta direta aos crimes de violência doméstica e sexual. Segundo ela, a mensagem transmitida é clara: as vítimas não estão sozinhas, e o estado está ao lado delas para oferecer proteção e segurança.
O contexto da prisão em Morato também evidencia como a articulação entre as esferas estadual e federal fortalece o combate a esse tipo de crime. A Operação Shamar não se restringiu à repressão imediata, mas também buscou ampliar a visibilidade da pauta no calendário de ações públicas, aproveitando o simbolismo do Agosto Lilás para intensificar campanhas educativas e preventivas.
A mobilização dos recursos humanos e tecnológicos demonstra um avanço em relação a operações anteriores. A logística envolveu planejamento estratégico, deslocamento de equipes e integração de informações, resultando em execuções eficientes e sem registros de incidentes durante a captura dos alvos.
O caso do zelador de Francisco Morato se insere como exemplo de que a aplicação rigorosa da lei, aliada ao trabalho coordenado de segurança pública, pode trazer resultados concretos e mensuráveis no enfrentamento à violência de gênero. A cada mandado cumprido, reforça-se o recado de que crimes contra mulheres serão tratados com a devida prioridade e rigor.