O governo está propondo uma nova política de preços para a Petrobras

Segundo Silveira, o governo será rigoroso na defesa dos interesses do povo brasileiro e respeitará a governança da empresa, sua natureza jurídica e a independência de sua gestão.
Publicado em Notícias dia 6/04/2023 por Alan Corrêa

O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (5) que a União, que é a principal acionista e controladora da Petrobras, pretende propor uma nova política de preços para a empresa. O objetivo da medida é ajudar a “combater perdas e solavancos inflacionários”, afirmou o ministro.

Silveira destacou que a nova política será discutida assim que os integrantes dos conselhos que dirigem a companhia tomarem posse, o que deve ocorrer no final deste mês. Ele enfatizou que a discussão será realizada com “rigor, cuidado e sensibilidade social”, já que a Petrobras tem uma função social a cumprir, conforme estabelecido na Constituição e na Lei das Estatais.

Em resposta às declarações do ministro, a Petrobras reafirmou seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado nacional, evitando o repasse imediato de volatilidades externas. O ministro também defendeu um papel maior da Petrobras para evitar a alta volatilidade dos preços internacionais de combustíveis e citou a recente decisão dos maiores produtores mundiais de petróleo, reunidos em torno da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep).

Segundo Silveira, o governo será rigoroso na defesa dos interesses do povo brasileiro e respeitará a governança da empresa, sua natureza jurídica e a independência de sua gestão.

Além disso, o ministro Alexandre Silveira destacou a necessidade de investimentos no parque de refino do petróleo no país para ampliar a autossuficiência em derivados, principalmente gasolina e óleo diesel. Ele afirmou que o Brasil importa atualmente 13% da gasolina e 25% do diesel consumidos no mercado interno, o que evidencia a necessidade de buscar independência das oscilações internacionais de preços.

Segundo ele, os custos de produção da Petrobras, que são balizados em real, não podem ser calculados em dólar, como acontece na política de preços atual da empresa. Para Silveira, a Petrobras produz em real e, portanto, o custo também deve ser calculado nessa moeda.