A reportagem atualiza o caso da criança com deficiência e autismo amarrada com ataduras no lugar do cinto durante um transporte sanitário de Francisco Morato. A família apresentou novos documentos médicos que descrevem complicações após a viagem e pedem atendimento urgente. O material, somado às mensagens e notas oficiais já publicadas, amplia o interesse público sobre procedimentos e responsabilidades no serviço municipal de saúde.
Pontos Principais:
O novo conjunto inclui um receituário de 13/11/2025, às 14h32, no qual o médico registra que a criança “viajou em ambulância em más condições”, relata dor abdominal subsequente e informa que, “após alguns dias, estourou o botão de gastrostomia”, solicitando pronto socorro imediato. O documento identifica a paciente e o local de atendimento.
Também foi entregue um relatório de gastroenterologia, datado de 13/11/2025, que anota o “acidente em transporte com alteração e liberação da gastrostomia”, menciona hiperemia local com secreção amarelada desde 30/10/2025 e orienta levar a menor ao pronto atendimento para avaliação cirúrgica do estoma. A peça é assinada e localiza o atendimento em Jundiaí (SP).
A família acrescentou uma radiografia dos ombros realizada no mesmo período, destacando as articulações. A redação não emite diagnóstico a partir de imagem; o RX é apresentado como elemento clínico posterior ao transporte, compondo a linha do tempo dos sintomas e atendimentos.
Uma fotografia do estoma de gastrostomia mostra sinais compatíveis com inflamação local. Por se tratar de conteúdo sensível, a publicação preserva a identidade da criança e aplica desfoque quando necessário. A imagem é usada apenas para demonstrar a materialidade do quadro descrito nos documentos.
Parte dos registros inclui prescrições emitidas pelo próprio serviço municipal (SAME), o que demonstra continuidade de cuidado após o episódio e permite verificar o itinerário institucional da família. As caligrafias dificultam trechos, mas o essencial está legível: antibiótico, posologia e período de uso.
Os novos documentos chegam após a abertura de sindicância pela prefeitura e do alerta interno à equipe de transportes, que já havia reconhecido falhas e determinado reforço imediato de protocolos, inclusive a orientação de não iniciar viagem sem equipamentos de segurança originais. A administração também indicou reunião emergencial para alinhar procedimentos.
Do ponto de vista legal, o quadro reforça a aplicação do art. 5º da Constituição (direito à segurança e à igualdade), do ECA (proteção integral, prioridade absoluta e proibição de negligência e tratamento degradante) e do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que exige adaptações razoáveis e atendimento seguro. Em termos administrativos, segue em curso a apuração de conduta do servidor e a avaliação de responsabilidade do ente público.
A redação solicitou confirmação das datas, identificação da ambulância, equipe de plantão, protocolos de transporte pediátrico e dispositivos de retenção disponíveis para pessoas com deficiência. Também foram encaminhadas perguntas sobre o plano de correção pós-reunião e os prazos da sindicância, além de contato com o Ministério Público e o Conselho Tutelar para atualização das medidas de proteção.
A família afirma que avisou sobre a insegurança da viagem. O material enviado agora — receituário com menção às “más condições”, relatório que descreve alteração do estoma, RX e foto do sítio da gastrostomia — busca evidenciar a ligação temporal entre o transporte e o agravamento clínico. Caberá à apuração oficial estabelecer nexo e responsabilidades, com base em prontuários, protocolos e depoimentos técnicos.
O Jornal Fala Regional reafirma seu compromisso com a informação responsável, o respeito às famílias envolvidas e o direito à verdade. Permanecemos à disposição das autoridades e dos representantes legais para atualizar este caso a qualquer momento, garantindo transparência e acompanhamento contínuo dos desdobramentos.