A nova geração da Toyota Hilux representa uma mudança profunda na picape mais tradicional da marca japonesa. Após quase uma década sem alterações estruturais significativas, a Hilux 2026 chega com design completamente renovado, tecnologias inéditas e a introdução de versões híbrida, elétrica e até movida a hidrogênio. A estreia mundial ocorreu na Tailândia, mas as bases dessa transformação já indicam que a Toyota está preparando uma transição global, em linha com sua estratégia de eletrificação progressiva.
O visual agora é mais moderno e robusto, inspirado na linguagem de design do Land Cruiser e da Tacoma, modelos que ditam o tom da nova identidade visual da marca. A dianteira ganhou faróis afilados em LED e uma grade redesenhada, que varia conforme a motorização — nas versões elétricas, a grade é fechada para melhorar a aerodinâmica. As proporções ficaram mais equilibradas, com destaque para o novo para-choque e os degraus laterais integrados à caçamba, facilitando o acesso. No conjunto, a picape mantém a postura imponente e musculosa que sempre definiu sua presença nas estradas.
Por dentro, o salto tecnológico é evidente. O interior foi completamente reformulado e adota um layout mais limpo e horizontal, com materiais de qualidade e ergonomia aprimorada. O painel digital de 12,3 polegadas, combinado à central multimídia widescreen, traz conectividade total e comandos físicos preservados para funções essenciais — uma decisão sensata em um veículo voltado para uso severo. O volante multifuncional, o ar-condicionado de duas zonas e o freio eletrônico elevam o padrão de conforto, enquanto o pacote de segurança inclui monitoramento de ponto cego, alerta de saída de faixa e controle de cruzeiro adaptativo.
A grande novidade está nas motorizações. A versão totalmente elétrica utiliza dois motores, um em cada eixo, alimentados por uma bateria de 59,2 kWh. A potência combinada é de cerca de 196 cavalos, com autonomia de 240 quilômetros segundo o ciclo europeu WLTP. Mesmo voltada ao uso urbano, a Hilux EV mantém a robustez estrutural e a capacidade de carga de 715 quilos, além de poder rebocar até 1.600 quilos. Essa versão simboliza a aposta da Toyota em eletrificação, sem abandonar o caráter utilitário que tornou o modelo famoso.
Nos mercados onde a eletrificação ainda enfrenta limitações, a Toyota seguirá oferecendo o conhecido motor 2.8 turbodiesel, agora com sistema híbrido leve de 48V. Esse conjunto melhora a eficiência em consumo e emissões, além de preservar o desempenho — são cerca de 204 cavalos e torque suficiente para levar até uma tonelada de carga e rebocar 3.500 quilos. A marca ainda confirmou planos para 2028 de lançar uma versão movida a célula de hidrogênio, ampliando o leque tecnológico da picape mais vendida do Brasil.
Produzida inicialmente na Tailândia e na Argentina, a nova Hilux deve chegar ao mercado brasileiro no segundo semestre de 2026. A estreia deve ocorrer com as versões a diesel e híbrida leve, enquanto a configuração elétrica ainda está em estudo para o país. Mesmo diante de novos concorrentes, a Hilux mantém sua fórmula de sucesso: resistência, confiabilidade e evolução constante. Agora, porém, com um tempero tecnológico que coloca a velha guerreira em sintonia com o futuro da mobilidade.