Cotidiano

Morre Washington Olivetto, publicitário e escritor, aos 73 anos

Washington Olivetto, um dos maiores nomes da publicidade no Brasil, faleceu aos 73 anos neste domingo (13), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Copa Star, que confirmou o óbito sem divulgar a causa da morte, a pedido da família.
Publicado em Cotidiano dia 13/10/2024 por Alan Corrêa

Washington Olivetto, um dos maiores nomes da publicidade no Brasil, faleceu aos 73 anos neste domingo (13), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Copa Star, que confirmou o óbito sem divulgar a causa da morte, a pedido da família.

Olivetto nasceu em São Paulo em setembro de 1951, filho de descendentes de italianos. Ele foi criado em uma família de classe média, com a mãe sendo dona de casa e o pai vendedor de tintas. A carreira de Olivetto começou ainda jovem, aos 17 anos, quando entrou para o curso de Publicidade na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). No ano seguinte, ele já estava trabalhando como redator em uma agência de publicidade, iniciando uma trajetória de sucesso.

Em seu primeiro ano no mercado publicitário, Olivetto já havia conquistado um dos prêmios mais importantes da área: o Leão de Bronze no Festival de Publicidade de Cannes. Durante a década de 70, ele consolidou sua carreira com campanhas que marcaram época. Uma das mais notórias foi a criação do “Garoto Bombril”, um personagem que se tornou ícone da propaganda brasileira.

Outro marco em sua carreira veio em 1987, com a campanha do “Primeiro Sutiã”, feita para a marca Valisère. A publicidade era centrada em uma adolescente comprando sua primeira peça íntima, com o slogan “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”. A peça publicitária é até hoje lembrada como uma das mais emblemáticas da história da propaganda no país.

Ao longo de sua carreira, Olivetto foi agraciado com inúmeros prêmios e homenagens, não apenas no Brasil, mas também internacionalmente. Entre as diversas homenagens, está a citação na música “Alô, Alô W/Brasil”, de Jorge Ben Jor, uma referência à sua agência de publicidade.

Além de publicitário, Washington Olivetto também se destacou como escritor. Ele publicou oito livros que retratam sua trajetória profissional e as campanhas mais importantes de sua carreira. Esses trabalhos o consolidaram como uma das vozes mais influentes da publicidade brasileira.

No entanto, a fama de Olivetto também teve um lado negativo. Em 2001, ele foi sequestrado por um grupo de criminosos chilenos e argentinos, que planejaram o crime durante meses. O sequestro durou 53 dias, até que ele foi libertado. O caso ganhou grande repercussão na mídia e marcou sua vida pessoal.

Em 2017, Olivetto decidiu se mudar para Londres, no Reino Unido. Apesar da mudança, ele continuava a vir ao Brasil regularmente para participar de eventos e dar palestras. Sua influência na publicidade brasileira permaneceu forte até seus últimos dias.

Olivetto se recusava a fazer campanhas políticas durante sua carreira, e só declarou seu voto uma única vez, sem fazer disso um tema constante em sua vida profissional. Sua postura sempre foi a de evitar associações que pudessem influenciar diretamente a publicidade com a política.

O legado de Washington Olivetto na publicidade brasileira é inegável. Ele ajudou a moldar o setor e influenciou gerações de publicitários, tanto no Brasil quanto no exterior. Seu trabalho será lembrado por muitos anos, não apenas pelos prêmios que recebeu, mas também pelo impacto cultural de suas campanhas.

Fonte: G1.