Sheynnis Palacios, vencedora do Miss Universo 2023, se exilou nos Estados Unidos devido à perseguição do regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo na Nicarágua. Palacios, coroada em 18 de novembro de 2023, não pôde retornar ao seu país natal por questões de segurança. Desde sua coroação, a jovem se estabeleceu em Nova York e tem evitado comentar os motivos de sua ausência do país nas entrevistas.
A confirmação do exílio veio da proprietária da franquia Miss Universo, Anne Jakrajutatip, que revelou em uma publicação no Instagram as “intenções cruéis” do governo nicaraguense contra Palacios e sua família. A perseguição começou logo após a coroação, quando o governo tentou se aproximar da miss sem sucesso. Posteriormente, o regime passou a perseguir a diretora da franquia na Nicarágua, Karen Celebertti, e sua família.
A participação de Palacios nos protestos sociais de 2018, que foram violentamente reprimidos pelo governo, contribuiu para a animosidade do regime. O apoio popular a Palacios, com manifestações de alegria e orgulho nacional, desafiou o estado policial instaurado por Ortega e Murillo. A família de Palacios conseguiu asilo nos EUA por meio do Parole Humanitário.
O regime sandinista intensificou a repressão, acusando figuras ligadas ao concurso de conspiração e traição. A diretora Karen Celebertti foi exilada, e seu marido e filho foram presos. Essas ações são parte de uma estratégia mais ampla de controle e repressão contra dissidentes.
A situação de Palacios reflete a crise política e econômica que assola a Nicarágua desde 2018. A perseguição política e a repressão têm levado milhares de nicaraguenses a buscar refúgio em outros países, especialmente nos Estados Unidos e na Costa Rica. A comunidade internacional tem observado com preocupação o aumento das violações dos direitos humanos no país.
A organização Nicaraguenses en el Mundo expressou solidariedade a Palacios e condenou o exílio forçado como um crime contra a humanidade. A expectativa é que Palacios possa solicitar asilo político nos Estados Unidos, dado o contexto de perseguição em seu país de origem.
Enquanto isso, o regime de Ortega e Murillo tenta controlar a narrativa interna, promovendo concursos de beleza próprios, onde as participantes agradecem ao casal presidencial. A coroação de Palacios, no entanto, continua sendo um símbolo de resistência e esperança para muitos nicaraguenses.