São Paulo

Marcação a fogo de bovinos vacinados deixa de ser obrigatória em São Paulo

O Governo de São Paulo removeu a exigência da marcação a fogo para bovinos vacinados contra brucelose. Agora, os animais podem ser identificados com bottom auricular, oferecendo uma alternativa aprovada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, válida apenas no estado de São Paulo.
Publicado em São Paulo dia 24/10/2024 por Alan Corrêa

O Governo de São Paulo anunciou a mudança na obrigatoriedade da marcação a fogo de bovinos vacinados contra brucelose. Agora, a identificação dos animais pode ser realizada por meio de um bottom auricular, tornando-se o primeiro estado do país a implementar essa alternativa. A medida foi aprovada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e busca facilitar o processo de manejo dos animais e garantir práticas mais modernas.

A nova regulamentação foi publicada no Diário Oficial do Estado, através da Resolução SAA nº 78/24, e se aplica às fêmeas bovinas e bubalinas vacinadas contra brucelose com idades entre três e oito meses. Até então, a identificação dos animais era realizada pela marcação a fogo, uma prática que, embora tradicional, trazia desafios em relação ao bem-estar animal. O uso do bottom auricular busca modernizar esse processo, eliminando métodos invasivos.

Com a nova medida, o calendário de vacinação também foi atualizado. A vacinação de bovinos e bubalinos no estado de São Paulo deverá ocorrer em dois períodos: de 1º de janeiro a 30 de junho, e de 1º de julho a 31 de dezembro. Os produtores que não vacinarem seus animais dentro dos prazos estabelecidos poderão ter a movimentação do rebanho suspensa até que a situação seja regularizada junto às unidades de Defesa Agropecuária.

Outro ponto importante da nova regulamentação é a desburocratização do processo de declaração da vacinação. Antes, era necessário que o produtor declarasse a vacinação de seus animais, mas, com as novas regras, esse processo será feito diretamente pelo médico-veterinário responsável, que deverá cadastrar a vacinação no sistema GEDAVE (Gestão de Defesa Animal e Vegetal) até quatro dias após a aplicação da vacina. Isso simplifica o processo para os produtores e reduz possíveis erros.

O bottom auricular é uma peça que ficará presa à orelha do animal e possui duas cores distintas para identificar o tipo de vacina aplicada. O bottom amarelo será usado para animais vacinados com a vacina B19, enquanto o bottom azul será para aqueles vacinados com a vacina RB 51. Essa diferenciação é importante para fins de rastreamento e controle sanitário dos animais. Os bottoms serão vendidos junto com as vacinas em estabelecimentos autorizados e, em caso de perda ou dano, uma nova aplicação será necessária.

Essa nova alternativa é válida apenas no estado de São Paulo e não se aplica ao trânsito de animais para outros estados. Se o bottom não puder ser adquirido, o produtor deverá seguir as normas estabelecidas pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), que ainda permite a marcação a fogo em casos específicos.

A implementação dessa medida faz parte de um esforço maior para controlar e, futuramente, erradicar a brucelose no estado de São Paulo. A modernização do processo de identificação e a desburocratização do sistema são passos importantes para garantir o sucesso do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT), ampliando também as oportunidades do setor agropecuário paulista no mercado internacional, que cada vez mais exige boas práticas de manejo e rastreabilidade dos produtos de origem animal.

Fonte: Governo-SP.