Muitos brasileiros continuam em alguns pontos isolados de manifestações pelo Brasil, alguns por ideologia, mas muitos financiados por empresários.
Os manifestantes declaravam não aceitar o resultado das urnas — que registraram o desejo da maioria dos brasileiros com a eleição do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Presidente do TSE disse que resultado do pleito é incontestável.
O petista Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente pela terceira vez em 30 de outubro. Ele venceu Jair Bolsonaro (PL), atual presidente e que disputava a reeleição.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou que o resultado das urnas é incontestável. O Ministério da Defesa entregou ao TSE o relatório que a pasta fez sobre o sistema eleitoral sem apontar fraude.
Pequenos atos que chegaram até Caieiras e Jundiaí pedem a revisão das Eleições 2022 de forma pacífica, mas pelo país também encontramos protesto mais inflamados, como em Brasília, que reuniu grupos radicais de bolsonaristas que declaram não aceitar o resultado do segundo turno das eleições.
Enquanto a CBF agora luta para despolitizar a camisa das Seleção Brasileira, muitos pequenos comerciantes aproveitam o momento para vender camisas em verde e amarelo aos manifestantes.
A grande comunicação destes manifestantes acontece através de grupos de Whatsapp e constantemente tentam mobilizar novos bloqueios das rodovias, assim como já aconteceu.
Os bloqueios têm causado uma série de prejuízos, como o transporte de oxigênio hospitalar e o desabastecimento de aeroportos. No primeiro pronunciamento feito depois do resultado das eleições , na tarde de hoje, Bolsonaro criticou as manifestações, que prejudicam a população.
No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que é preciso respeitar o resultado das urnas e condenou os bloqueios. Ele também informou que autorizou todos os meios legais para garantir os direito de ir e vir nas rodovias de acesso à capital.
Nestes mesmos grupos, algumas pessoas que se dizem representantes de caminhoneiros prometem ma nova manifestação nas ruas, desta vez para a sexta-feira (18).
Nas primeiras manifestações, o governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) se manifestou sobre o ocorrido.
“Bloqueio de estradas é inadmissível. As pessoas têm o direito de ir e vir”.
Segundo ele, um gabinete de crise foi montado para garantir a liberação das estradas paulistas.
Kaique Fleury, profissional da aviação e piloto de linha aérea, conversou com a reportagem e contou um pouco sobre os prejuízos no setor. “Ocorreram cerca de 10 atrasos e cancelamentos no dia 31 e aproximadamente 30 no dia 1º de novembro por conta do bloqueio nas estradas. Grande parte se deu ao fato da tripulação que precisa se locomover e chegar até os aeroportos. Muitos têm como base Campinas e Guarulhos, utilizam as estradas de São Paulo como acesso e não conseguiram chegar no tempo previsto. Outros não chegaram e nem mesmo os pilotos reserva conseguiram cumprir devido os bloqueios nas estradas”, relatou Kaique.
De acordo com ele, duas grandes situações resumem os prejuízos. “A primeira envolve os próprios passageiros. Em caso de atraso, a companhia deve prover de alimentos e remarcação sem custo, dependendo do tempo. Se o voo for cancelado, o Procon prevê a restituição do valor da passagem mais a hospedagem, sendo um dos grandes problemas registrados. Outra situação é que os hotéis estavam lotados e não conseguiam realocar os passageiros, gerando muitos custos e prejuízos com despesas operacionais não previstas”, disse.O outro motivo, segundo Kaique, além de não lucrar, gera prejuízos aos que dependem de encomendas, já que grande parte dos voos comerciais levam encomendas também. “Existe um contrato com empresas de logística e se as cargas não chegam ao destino, mais prejuízos. Sem contar que outros cancelamentos são passíveis processo por perdas e danos na área jurídica”, falou o piloto, destacando que, em casos de companhia sérias, eles restituem os lesados. “Caso não, devem procurar o Procon e seus direitos”, citou.
O evento também promoveu a corrida de grande parte dos brasileiros aos supermercados e postos de combustíveis. Em alguns desses estabelecimentos, entre Caieiras e Jundiaí, foi possível notar falta de produtos nas prateleiras. A falta de gasolina, etanol e diesel também provocou o fechamento de postos.Mesmo com o apelo do presidente Bolsonaro nas redes sociais, na quarta, 2, até a quinta-feira, 3, ainda existiam bloqueios em rodovias de 7 estados.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Federal do ABC (UFABC) atestaram a idoneidade do sistema eleitoral brasileiro, que novamente foi questionada por meio de relatórios publicados por instituições sem respaldo técnico ou qualquer conhecimento do sistema eletrônico de votação.
No informe “Comentários sobre alegações infundadas ou falsas sobre as urnas eletrônicas brasileiras”, divulgado na última sexta-feira (11), especialistas das três instituições elucidam algumas dúvidas que surgiram recentemente sobre o processo eleitoral brasileiro, em particular devido a afirmações feitas em relatório referente ao primeiro turno das Eleições 2022, de autoria desconhecida, mas amplamente divulgado na internet.
O professor titular da Escola Politécnica da USP Wilson Vicente Ruggiero afirma que tais explanações não contêm respaldo técnico ou fundamento que atestem evidências de qualquer comportamento inautêntico das urnas eletrônicas. Ruggiero também é membro do grupo de trabalho criado mediante convênio com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para realizar auditoria externa do sistema de votação.
“Nós temos um convênio firmado com o TSE, e isso possibilita que possamos fazer testes de seguranças sobre as urnas. Recebemos modelos de urnas de 2020 e 2015, além de toda a documentação com códigos-fonte e códigos compilados, o que nos permitiu ter condições de fazer vários testes. Portanto, alegações [sobre a não confiabilidade do sistema eletrônico de votação] são infundadas”, destaca Ruggiero.
Para o coordenador de Modernização do TSE, Celio Castro Wermelinger, é importante que instituições como a USP e outras que já testaram a confiabilidade do sistema se pronunciem diante da desinformação. Além da USP e da UFSCar, o Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) integram um projeto-piloto de inspeção do sistema.
“É importante que uma instituição com a relevância da USP reafirme as qualidades do processo, a partir das análises que fizeram com total liberdade. Ter um ente externo isento e capaz de refutar tentativas falsas de minar a confiança do processo eleitoral é sinal da transparência e da confiabilidade da solução proposta pela Justiça Eleitoral”, afirma Wermelinger.
O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou que juízes das Varas da Infância e Adolescência verifiquem a presença de crianças e adolescentes nas manifestações que pedem “intervenção federal” e que são contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em diversos vídeos nas redes sociais, crianças são vistas nas manifestações, mesmo debaixo de chuva. Além disso, existem relatos de crianças sendo colocadas na frente de protestos, para servirem de escudos.
De acordo com a determinação, os juízes precisam examinar as condições de salubridade, higiene, alimentação e outros elementos que possam colocar as crianças em risco, inclusive quanto à frequência à escola.
*Com informações da Agência Brasil, TSE, Fusne, G1, EM e JovemPan.