A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, fez uma declaração controversa ao empresário Elon Musk durante um evento no G20, causando repercussões políticas e diplomáticas. Durante um debate sobre regulamentação de redes sociais, em que estava ao lado do influenciador Felipe Neto, Janja reagiu a um som alto atribuindo-o a Musk e, em tom de brincadeira, o ofendeu. A frase gerou risadas da plateia, mas teve desdobramentos amplos.
Especialistas em relações internacionais destacam os riscos da declaração para a estratégia do Brasil ao lidar com o governo de Donald Trump, recentemente eleito para um segundo mandato nos Estados Unidos. Musk, que apoiou a campanha de Trump, foi nomeado para um novo Departamento de Eficiência Governamental. A fala de Janja chamou atenção em um momento delicado, em que o Brasil busca manter relações pragmáticas com os Estados Unidos.
A reação de Elon Musk à declaração incluiu emojis de riso e mensagens irônicas em sua rede social, X, além de compartilhar postagens de aliados políticos no Brasil. Por outro lado, Lula, durante o mesmo evento, evitou se referir diretamente à fala da esposa, mas condenou a prática de ofensas a adversários e defendeu um discurso mais propositivo.
Diplomatas brasileiros e especialistas avaliaram que a declaração cria dificuldades desnecessárias em um momento em que o Brasil depende mais das relações com os EUA do que o contrário. A imprevisibilidade de Trump e seu alinhamento com Musk aumentam a sensibilidade do episódio.
Além disso, o contexto das tensões anteriores entre Musk e autoridades brasileiras, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, amplia a complexidade. Musk havia se envolvido em embates judiciais com o Supremo Tribunal Federal (STF), resultando na suspensão temporária da rede social X no Brasil.
O Brasil preside o G20 e sedia, a partir de segunda-feira (18/11), uma cúpula de líderes globais. Apesar do impacto da declaração, especialistas não acreditam que ela afetará diretamente as negociações. Ainda assim, destacam que gestos como esse podem enfraquecer canais diplomáticos importantes e prejudicar avanços em pautas globais, como mudanças climáticas e regulação digital.
Entre os participantes esperados no evento estão líderes de grande relevância internacional, incluindo Joe Biden, Xi Jinping e Emmanuel Macron. A reunião ocorre em um momento estratégico para o Brasil e será observada globalmente, especialmente considerando as relações com os Estados Unidos sob a nova administração Trump.
Fonte: G1.