Política

Israel Declara Lula Persona Non Grata Após Comentários Sobre Holocausto

O embate diplomático entre Brasil e Israel se intensificou com a convocação do embaixador brasileiro em Israel para uma reunião próxima ao memorial Vashem, um local emblemático que testemunha os horrores do Holocausto. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também condenou veementemente as palavras de Lula, caracterizando-as como uma tentativa de minar o direito de Israel de se defender e de desmerecer as tragédias históricas enfrentadas pelo povo judeu.
Publicado em Política dia 20/02/2024 por Alan Corrêa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra no centro de uma controvérsia internacional após seus comentários recentes sobre as operações israelenses na Faixa de Gaza, que resultaram na declaração de Lula como persona non grata por parte de Israel. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, expressou veementemente sua reprovação em relação às declarações de Lula, classificando-as como uma grave ofensa à memória do Holocausto e ao povo judeu.

Em uma série de postagens nas redes sociais, Katz afirmou: “Nós não perdoaremos e não esqueceremos – em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que se desculpe e se retrate por suas palavras”. O embaixador israelense ainda destacou a gravidade das palavras de Lula, comparando suas declarações à banalização do Holocausto e ao ataque direto à memória daqueles que pereceram nas mãos dos nazistas.

O embate diplomático entre Brasil e Israel se intensificou com a convocação do embaixador brasileiro em Israel para uma reunião próxima ao memorial Vashem, um local emblemático que testemunha os horrores do Holocausto. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também condenou veementemente as palavras de Lula, caracterizando-as como uma tentativa de minar o direito de Israel de se defender e de desmerecer as tragédias históricas enfrentadas pelo povo judeu.

Os comentários controversos de Lula surgiram durante uma entrevista coletiva durante sua viagem oficial à Etiópia, na qual ele classificou as mortes de civis em Gaza como genocídio e criticou a redução ou corte da ajuda humanitária por parte de países desenvolvidos na região. Lula declarou: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

Essas declarações provocaram uma reação imediata tanto em Israel quanto internacionalmente, com acusações de antissemitismo e banalização do Holocausto sendo levantadas contra o ex-presidente brasileiro. Netanyahu ressaltou que as palavras de Lula ultrapassaram uma linha crítica e representam uma tentativa de distorcer os fatos históricos e deslegitimar a legítima defesa de Israel contra organizações terroristas como o Hamas.

Enquanto isso, no Brasil, as reações foram diversas. Alguns apoiaram as declarações de Lula, argumentando que ele estava defendendo os direitos humanos e criticando a violência indiscriminada contra civis em conflitos armados. No entanto, outros condenaram veementemente suas palavras, considerando-as insensíveis e ofensivas para com a comunidade judaica e a memória das vítimas do Holocausto.

Diante desse cenário, a relação diplomática entre Brasil e Israel enfrenta um desafio significativo, com a declaração de Lula como persona non grata sendo um gesto raro e grave por parte do Estado israelense. A repercussão desses eventos continua a reverberar tanto no âmbito político quanto no público, destacando a complexidade das relações internacionais e a sensibilidade das questões históricas e culturais envolvidas.

*Com informações da AgênciaBrasil. Foto de capa por Ricardo Stuckert / PR.