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Inflação em 2024 ultrapassa a meta: clima, câmbio e carne são os principais fatores

O aumento de preços de carnes, a valorização do dólar e questões climáticas elevaram a inflação de 2024 para 4,83%, acima do teto da meta de 4,5%, segundo o IBGE.
Publicado em Brasil dia 10/01/2025 por Alan Corrêa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação oficial de 2024, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atingiu 4,83%. O resultado superou o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo governo. Este é o maior índice desde 2022, quando a inflação ficou em 5,79%.

Pontos Principais:

  • A inflação de 2024 foi de 4,83%, acima da meta de 4,5%.
  • O aumento no preço das carnes foi de 20,84%, o maior desde 2019.
  • O câmbio desvalorizou o real em 27%, fechando o ano a R$ 6,18 por dólar.
  • Questões climáticas, como estiagens e ondas de calor, impactaram a produção agropecuária.

O grupo alimentos e bebidas teve a maior influência no índice, com alta de 7,69%, representando impacto de 1,63 pontos percentuais no IPCA. Entre os itens pesquisados, as carnes registraram aumento médio de 20,84%, a maior alta desde 2019. Produtos como contrafilé, alcatra e costela tiveram variações superiores a 20%. No início de 2024, os preços das carnes caíram, mas o aumento de 23,88% entre setembro e dezembro resultou na alta anual.

A produção de carnes foi afetada por fatores climáticos, como estiagens e secas em várias regiões do país. Esses eventos reduziram a disponibilidade de pastagens, intensificando os efeitos da entressafra. Além disso, houve menor oferta de animais para abate, o que limitou o fornecimento de carne ao mercado interno.

O câmbio também teve um papel importante. O dólar valorizado, encerrando 2024 em R$ 6,18, elevou o custo de produtos importados e impactou os preços de commodities negociadas internacionalmente. A desvalorização do real incentivou exportações, reduzindo a oferta interna de alimentos.

Além dos alimentos, a gasolina, com maior peso na cesta de consumo analisada pelo IBGE, subiu 9,71%, impactando 0,48 pontos percentuais no IPCA. Outros produtos também foram afetados por reajustes, como o café moído (39,60%) e o óleo de soja (29,21%), embora tenham menor peso na composição do índice.

Em 2024, o país registrou inflação mensal positiva em 11 meses, com deflação apenas em agosto (-0,02%), devido à redução na conta de luz e alívio temporário nos preços de alimentos. O maior aumento foi em fevereiro (0,83%), impulsionado pelo reajuste de mensalidades escolares.

O cenário econômico de 2024 reflete desafios na produção agropecuária, flutuações cambiais e a influência do clima. A continuidade de condições adversas pode impactar a economia em 2025.

Fonte: AgênciaBrasil.