O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação oficial de 2024, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atingiu 4,83%. O resultado superou o teto da meta de 4,5% estabelecida pelo governo. Este é o maior índice desde 2022, quando a inflação ficou em 5,79%.
Pontos Principais:
O grupo alimentos e bebidas teve a maior influência no índice, com alta de 7,69%, representando impacto de 1,63 pontos percentuais no IPCA. Entre os itens pesquisados, as carnes registraram aumento médio de 20,84%, a maior alta desde 2019. Produtos como contrafilé, alcatra e costela tiveram variações superiores a 20%. No início de 2024, os preços das carnes caíram, mas o aumento de 23,88% entre setembro e dezembro resultou na alta anual.
A produção de carnes foi afetada por fatores climáticos, como estiagens e secas em várias regiões do país. Esses eventos reduziram a disponibilidade de pastagens, intensificando os efeitos da entressafra. Além disso, houve menor oferta de animais para abate, o que limitou o fornecimento de carne ao mercado interno.
O câmbio também teve um papel importante. O dólar valorizado, encerrando 2024 em R$ 6,18, elevou o custo de produtos importados e impactou os preços de commodities negociadas internacionalmente. A desvalorização do real incentivou exportações, reduzindo a oferta interna de alimentos.
Além dos alimentos, a gasolina, com maior peso na cesta de consumo analisada pelo IBGE, subiu 9,71%, impactando 0,48 pontos percentuais no IPCA. Outros produtos também foram afetados por reajustes, como o café moído (39,60%) e o óleo de soja (29,21%), embora tenham menor peso na composição do índice.
Em 2024, o país registrou inflação mensal positiva em 11 meses, com deflação apenas em agosto (-0,02%), devido à redução na conta de luz e alívio temporário nos preços de alimentos. O maior aumento foi em fevereiro (0,83%), impulsionado pelo reajuste de mensalidades escolares.
O cenário econômico de 2024 reflete desafios na produção agropecuária, flutuações cambiais e a influência do clima. A continuidade de condições adversas pode impactar a economia em 2025.
Fonte: AgênciaBrasil.