O uso de helicópteros com capacidade de despejar até 400 litros de água por voo está sendo um diferencial no combate aos incêndios que atingem os parques estaduais de São Paulo. Desde o dia 5 de setembro, as aeronaves têm sobrevoado regiões íngremes e de difícil acesso, como o Parque Estadual da Cantareira, onde a atuação terrestre era inviável. No total, as aeronaves realizaram 51 voos apenas na quinta-feira, com um helicóptero permanecendo em operação no dia seguinte.
Essas ações fazem parte de um esforço maior coordenado pelo Governo de São Paulo, que, além do combate aéreo, tem mobilizado brigadistas e bombeiros civis em uma operação intensiva. O trabalho das equipes em terra foi essencial para controlar os incêndios no Parque do Itapetinga, em Atibaia, e na zona de amortecimento do Parque Mananciais Campos do Jordão, onde o fogo foi extinto por volta do meio-dia.
No Parque Estadual da Cantareira, o rescaldo está em fase final, com os focos controlados no Núcleo Cabuçu, na divisa entre São Paulo, Mairiporã e Guarulhos. A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, e o diretor da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz, acompanharam de perto as operações. Ambos destacaram a necessidade de reforçar as medidas preventivas e a importância da prontidão das equipes para evitar a propagação das chamas.
Uma das medidas preventivas adotadas pelo Governo de São Paulo foi o fechamento de 81 Unidades de Conservação no último domingo, 1º de setembro. Essa decisão teve como objetivo não só evitar que visitantes fossem colocados em risco, mas também direcionar o efetivo para as operações de combate. O número de focos de calor registrados entre janeiro e agosto de 2024 teve um aumento de 386% em comparação ao mesmo período do ano anterior, afetando mais de 8.000 propriedades rurais em 317 municípios paulistas.
Além de ampliar o número de bombeiros civis em quase 80%, o governo investiu R$ 5,9 milhões para contratar serviços de monitoramento aéreo e combate a incêndios florestais. Foram alocadas 120 horas de voo para monitoramento e 300 horas para combate, somando um total de 420 horas de operação aérea.
Outro fator que contribuiu para o controle dos incêndios foi o uso de diversos equipamentos, como caminhões-pipa, quadriciclos, bombas costais e abafadores. Esses recursos, somados à criação de 1.500 km de aceiros, permitiram que o fogo fosse contido em várias regiões.
As ações de combate aos incêndios continuarão nos próximos dias, com foco na contenção de novos focos e na prevenção de futuros incêndios, especialmente em áreas de preservação.