Motoristas de aplicativos paralisam o país em greve histórica contra exploração das plataformas Uber e 99. Categoria reivindica aumento no valor das corridas.
Motoristas de aplicativos como Uber e 99 promovem greve nacional em busca de melhores condições de trabalho.
Nesta segunda-feira (15), motoristas de aplicativos como Uber e 99 paralisaram suas atividades em todo o Brasil, aderindo a uma greve organizada pela Federação dos Motoristas Por Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e pela Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). A categoria reivindica melhorias nas condições de trabalho e repasses mais elevados nas tarifas das corridas.
Estima-se que aproximadamente 70% dos motoristas de aplicativos em todo o país tenham aderido à greve, que tem duração prevista de 24 horas. Segundo o presidente da Amasp, Eduardo Lima de Souza, a paralisação ocorre devido ao fato de os motoristas de aplicativos estarem recebendo a mesma remuneração desde 2016. Ele destacou que, nesse período, o setor automobilístico passou por aumentos de preço em peças, veículos e combustíveis, enquanto as empresas de aplicativos não acompanharam esses reajustes, impactando negativamente a renda dos motoristas.
Além disso, outra demanda da categoria é relacionada ao sistema de cobrança utilizado pelas empresas. Desde 2019, houve mudanças nesse sistema, o que resultou em variações nas taxas cobradas dos motoristas. Enquanto as tarifas para os passageiros foram reajustadas, as empresas não repassaram esses aumentos aos motoristas, levando a uma redução significativa no lucro das corridas, que pode chegar a até 60% de desconto de taxa. Essa situação tem levado os motoristas a trabalharem longas horas diárias para obterem uma remuneração adequada.
Em resposta à greve, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) afirmou que respeita o direito de manifestação dos motoristas e destacou que as empresas associadas mantêm canais de comunicação abertos com os parceiros, visando aprimorar a experiência de todos nas plataformas.
A plataforma 99, por sua vez, informou, em nota, que tem dialogado com os motoristas do aplicativo e implementado programas de apoio à categoria. Entre as ações destacadas estão a taxa garantida, que assegura aos condutores uma taxa máxima semanal de até 19,99%, e o Adicional Variável de Combustível, um auxílio que aumenta de acordo com os preços dos combustíveis.
A empresa também mencionou outros programas como kit gás, consórcios com taxas reduzidas para a compra de veículos, vantagens no aluguel de carros, acesso ampliado à locação de veículos por meio do 99Loc e o DriverLAB, um centro de inovação criado para melhorar o suporte aos motoristas e reduzir seus custos operacionais.
A reportagem entrou em contato com a Uber em busca de posicionamento sobre a greve e aguarda resposta da plataforma.
Para usar os aplicativos de motorista, como Uber e 99, em 7 passos:
Lembre-se de avaliar o motorista e fornecer feedback sobre a experiência após a conclusão da viagem. Repita esses passos sempre que precisar utilizar os aplicativos de motorista.
*Com informações da Agência Brasil.