Greve dos Ônibus em São Paulo: Justiça Marca Audiência de Conciliação

Justiça busca acordo entre motoristas e empresas para evitar paralisação.

A iminente greve dos motoristas de ônibus em São Paulo, marcada para quarta-feira, 3 de julho, mobilizou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) a agendar uma audiência de conciliação entre o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SMTTrusp) e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss). O encontro ocorre um dia antes da data prevista para a paralisação, que pode afetar cerca de 7 milhões de passageiros diários na cidade.

A greve foi aprovada por unanimidade pela categoria, que reivindica aumento salarial e melhores condições de trabalho.

Os motoristas pedem um reajuste de 3,69% pelo IPCA, mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais acumuladas durante a pandemia, somando 2,46%. Além disso, exigem a redução da jornada de trabalho para 7 horas efetivas, com intervalo para descanso e refeição, ou 6 horas com 1 hora remunerada.

A Prefeitura de São Paulo solicitou uma liminar para garantir a operação de 100% da frota nos horários de pico e 80% nos demais períodos. A decisão sobre esta liminar será anunciada após a audiência de conciliação. O prefeito Ricardo Nunes acompanha de perto as negociações, esperando um acordo que evite prejuízos aos usuários do transporte público.

O sindicato patronal, SPUrbanuss, expressou surpresa e descontentamento com a decisão dos motoristas, classificando a greve como uma afronta à Justiça. Em nota, afirmaram que a categoria está desrespeitando o TRT e tentando pressionar a decisão judicial.

No início de junho, uma paralisação já havia sido adiada após uma reunião na Justiça do Trabalho, onde foi acordado reabrir as negociações sobre o reajuste salarial. Apesar das tentativas de negociação, os motoristas mantiveram a data de greve, alegando que nenhuma proposta satisfatória foi apresentada.

Entre as reivindicações, os motoristas também exigem a ampliação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reajuste do tíquete alimentação para R$ 38, uma cesta básica com produtos de qualidade e melhores condições nos convênios médico e odontológico. A categoria busca ainda um reajuste de 17% no seguro de vida, garantindo cobertura de dez salários mínimos, conforme a Lei nº 12.619 (Lei do Motorista).

A possibilidade de greve preocupa não apenas os passageiros, mas também o comércio e outros setores da economia que dependem do transporte coletivo para o funcionamento diário. A interrupção dos serviços pode causar um grande impacto na mobilidade urbana e na produtividade da cidade.

As medidas adotadas pelas autoridades incluem a organização de um plano de contingência para minimizar os impactos da paralisação, como o aumento da frota de táxis e carros de aplicativos, além de incentivar o uso de bicicletas e outros meios de transporte alternativos.

A audiência de conciliação no TRT será crucial para definir os próximos passos e tentar encontrar uma solução pacífica para o impasse. A Prefeitura e a população esperam que um acordo seja alcançado, evitando transtornos maiores.

A decisão sobre a greve dos ônibus em São Paulo está nas mãos do Tribunal Regional do Trabalho, que buscará um consenso entre motoristas e empresas na audiência de conciliação marcada para terça-feira. A greve, se confirmada, poderá afetar milhões de passageiros e causar grandes transtornos na cidade. A expectativa é de que ambas as partes cheguem a um acordo para evitar a paralisação dos serviços.

*Com informações de Exame.