Genérico x Marca – Medicamentos

Medicamentos Genéricos x de Marca: Qual a Diferença e Por Que um é Mais Barato? Por Bia Ludymila (MTB 0081969/SP).

Entenda as diferenças entre medicamentos de marca e genéricos, e saiba por que os genéricos são mais acessíveis.

Na ida à farmácia, é comum encontrar diferentes versões de um mesmo medicamento. Alguns com um nome comercial, enquanto outros são vendidos pelo nome do princípio ativo. Mas, afinal, quais são as diferenças entre os fármacos de referência, também conhecidos como de marca, e os genéricos? E por que os genéricos são tão mais baratos? A legislação brasileira permite que, após o fim da patente, outros laboratórios repliquem medicamentos em versões mais em conta, porém com o mesmo desempenho.

Ao visitar uma farmácia, você pode encontrar diversas opções para o mesmo medicamento. Alguns têm nomes comerciais bem conhecidos, enquanto outros são identificados apenas pelo nome do princípio ativo. Essa diferença gera dúvidas: quais são as distinções entre os medicamentos de marca e os genéricos? Por que os genéricos são significativamente mais baratos? Entender esses pontos é essencial para fazer escolhas informadas na hora de comprar remédios.

Fatos Principais sobre Medicamentos de Marca e Genéricos

Os medicamentos de referência, ou de marca, são aqueles desenvolvidos inicialmente por uma farmacêutica. Esse desenvolvimento envolve altos custos, incluindo pesquisa, desenvolvimento e testes clínicos para garantir a segurança e eficácia do produto. Quando um medicamento de referência é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ele entra no mercado com um preço mais elevado para cobrir esses custos.

Um exemplo clássico é a isotretinoína, usada no tratamento de acne grave. Desenvolvido pelo laboratório Roche, é comercializado sob o nome Roacutan. Após o fim da patente, outros laboratórios podem produzir a mesma substância, resultando em versões genéricas mais acessíveis.

Os genéricos e similares contêm o mesmo princípio ativo que o medicamento de referência, mas são produzidos por diferentes laboratórios após a expiração da patente original. Os similares possuem um nome comercial, enquanto os genéricos são vendidos apenas com o nome do princípio ativo.

Análise do Impacto Econômico e Social

Tiago de Moraes Vicente, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), explica que a patente dos medicamentos originais dura 20 anos, contados a partir do momento do pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Após o término desse período, outros laboratórios podem produzir versões genéricas e similares.

Esses medicamentos não têm os mesmos custos de pesquisa e desenvolvimento, o que permite preços mais acessíveis. Por lei, os genéricos devem ser ao menos 35% mais baratos que os medicamentos de referência. Na prática, essa diferença pode ser ainda maior. Um estudo recente publicado no periódico Economia e Sociedade mostrou que genéricos podem ser até 59% mais baratos, enquanto os similares, embora não obrigatoriamente mais baratos, geralmente custam cerca de 15% menos.

Marcela Amaral, gerente de Acesso e Precificação do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), destaca que, embora os similares possam usar uma marca comercial e propaganda, gerando mais custos, ambos – genéricos e similares – devem comprovar sua bioequivalência e biodisponibilidade em relação ao medicamento original.

A troca de um medicamento de referência por um genérico ou similar é segura e não prejudica o tratamento, pois todos passam por rigorosos testes de bioequivalência. A única restrição é a troca entre um similar e um genérico, ou vice-versa, pois seus estudos de comparação são feitos com o medicamento original e não entre si.

A popularidade dos genéricos cresceu rapidamente após a introdução da Lei dos Genéricos em 1999. Hoje, eles representam 75% dos medicamentos mais prescritos no Brasil. Essa popularidade é atribuída não apenas ao preço mais baixo, mas também à garantia de qualidade, eficácia e segurança comparáveis aos medicamentos de referência.

Medicamentos de marca e genéricos oferecem o mesmo princípio ativo, mas diferem em preço devido aos custos de desenvolvimento e marketing. Os genéricos são obrigatoriamente mais baratos, tornando-se uma alternativa acessível e segura para a população. A legislação brasileira garante que tanto genéricos quanto similares passem por testes rigorosos, assegurando sua eficácia e segurança. Portanto, ao escolher entre um medicamento de marca ou um genérico, o consumidor pode confiar na qualidade de ambos, optando pela opção que melhor se encaixa no seu orçamento.

*Fonte: asemana.