Faleceu na madrugada desta sexta-feira, 1º de novembro de 2024, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, fundador dos Arautos do Evangelho. Monsenhor João, de 85 anos, teve uma trajetória dedicada à evangelização e ao serviço à Igreja Católica em cinco continentes. Sua obra abrange um vasto legado, com milhões de seguidores ao redor do mundo, e inclui iniciativas religiosas e culturais. Após sofrer um acidente vascular cerebral há 14 anos, Monsenhor recebeu os sacramentos e foi confortado por seus discípulos em seus últimos momentos.
Monsenhor João Scognamiglio nasceu em São Paulo em 15 de agosto de 1939, filho de mãe italiana e pai espanhol. Desde jovem, demonstrava interesse em reunir jovens com o objetivo de orientá-los na fé. Foi discípulo de Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, um renomado líder católico no Brasil no século XX. Inspirado por Oliveira, Monsenhor João uniu-se à Ordem Terceira do Carmo e, posteriormente, à Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade. Sua trajetória também incluiu o serviço ao Exército Brasileiro, onde recebeu a medalha Marechal Hermes, uma das mais altas honrarias de formação militar.
Ele graduou-se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, e completou sua formação acadêmica em Psicologia, Humanidades, Teologia e Direito Canônico. Estudou sob a orientação de catedráticos dominicanos renomados da escola tomista, como Pe. Victorino Rodríguez y Rodríguez e Pe. Antonio Royo Marín, que tiveram grande influência em seu trabalho religioso. Anos mais tarde, Monsenhor fundou o Instituto Filosófico Aristotélico-Tomista e o Instituto Teológico São Tomás de Aquino, bem como a revista científica Lumen Veritatis e a revista de cultura católica Arautos do Evangelho.
Monsenhor João escreveu 27 obras, algumas das quais ultrapassaram a tiragem de 2 milhões de exemplares, incluindo títulos como Fátima, aurora do terceiro milênio e São José, quem o conhece?. Sua missão de criar uma associação religiosa culminou na fundação dos Arautos do Evangelho, da Sociedade Clerical de Vida Apostólica Virgo Flos Carmeli e da Sociedade Feminina de Vida Apostólica Regina Virginum, que receberam aprovação pontifícia em 2001 e 2009.
Após a aprovação pontifícia dos Arautos do Evangelho, Monsenhor estendeu seu trabalho evangelizador a diversas regiões do mundo. Ele fundou mais de 50 coros e orquestras e ajudou na construção de aproximadamente 30 igrejas e oratórios, incluindo duas basílicas. O movimento conta hoje com milhões de membros, incluindo sacerdotes, irmãos, irmãs associadas, cooperadores e fiéis solidários em mais de 70 países.
Além disso, Monsenhor João difundiu a devoção a Nossa Senhora e promoveu cerimônias de consagração segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, alcançando quase três milhões de fiéis. Em 2008, foi nomeado Protonotário Apostólico e Cônego Honorário da Basílica Papal de Santa Maria Maior em Roma por Bento XVI.
Monsenhor João e suas instituições enfrentaram controvérsias a partir de 2017, enfrentando acusações e processos tanto na esfera civil quanto eclesiástica. Ele defendeu-se com retratações e vitórias processuais e manteve sua dedicação ao serviço à Igreja e ao Papa, enfrentando os desafios com firmeza. Em resposta aos ataques, Monsenhor sempre procurou reafirmar a verdade, honrando o compromisso com a Igreja.
Para ele, essas adversidades faziam parte de um caminho já trilhado por santos católicos, como Santa Teresa de Ávila e São Luís Orione. Em 2009, o Cardeal Franc Rodé destacou a determinação de Monsenhor ao afirmar que ele pertencia à “estirpe dos heróis e dos santos”. Inspirado por figuras como São Fernando de Castela, Monsenhor João manteve-se fiel ao seu apostolado e missão.
O falecimento de Monsenhor João é um marco para os Arautos do Evangelho, que continuam o seu trabalho em prol da fé católica. Seus seguidores pretendem levar adiante suas iniciativas em evangelização, obras sociais e adoração perpétua, refletindo sua dedicação ao longo de décadas.
Fonte: Wikipedia.