Funcionários da Saúde de Franco da Rocha Denunciam

Profissionais relatam falta de compensação apesar da ampliação dos horários de atendimento nas UBSs.

Funcionários da Saúde Municipal de Franco da Rocha denunciam que estão sem receber as horas extras trabalhadas desde que a prefeitura ampliou o horário de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Desde o início deste ano, a prefeitura de Franco da Rocha estendeu as operações das UBSs até às 22h nos bairros Monte Verde, Jardim Bandeirantes e Jardim Luciana, e iniciou atendimento 24 horas na UBS do Parque Vitória para enfrentar o aumento de casos de dengue. No entanto, os profissionais da saúde alegam que não estão recebendo as horas extras prometidas.

A situação se agravou em março, quando a prefeitura declarou estado de calamidade devido ao surto de dengue, colocando Franco da Rocha como a terceira cidade com maior incidência da doença na região metropolitana de São Paulo. Em resposta, os horários das UBSs foram ampliados para melhorar o atendimento à população.

Desde essa mudança, os trabalhadores afirmam que a prefeitura não cumpriu com os pagamentos das horas extras. Profissionais, que pediram anonimato, expressaram insatisfação e relataram condições de trabalho difíceis, como alimentação atrasada. “Trabalhamos as 60 horas prometidas, mas recebemos menos da metade,” desabafou um funcionário.

A prefeitura enfrenta dificuldades financeiras que impactaram o pagamento das horas extras e resultaram na redução dos horários das UBSs. Funcionários municipais, também sob anonimato, confirmaram esses problemas financeiros.

Além das horas extras, em maio, os salários dos médicos terceirizados das UBSs, Centro de Especialidades e UPA24h foram atrasados. Médicos estavam sem receber desde 30 de abril e só foram pagos após nossa reportagem. A secretária de Saúde, Thaís Rivera, não ficou satisfeita com a divulgação desses atrasos pela imprensa.

Profissionais de enfermagem da UPA24h relataram que estão trabalhando com equipes reduzidas, aumentando a sobrecarga de trabalho. Essa situação tem gerado desconforto e preocupações entre os eles, que preferem não se identificar por medo de retaliação.

A falta de pagamento e a sobrecarga de trabalho não apenas afetam os profissionais de saúde, mas também comprometem a qualidade do atendimento à população. Em um período de crise sanitária, como o enfrentado por Franco da Rocha, esses problemas tornam-se ainda mais críticos.

Para resolver esses problemas, a administração municipal precisa encontrar soluções viáveis para honrar seus compromissos financeiros e garantir a continuidade e eficácia dos serviços de saúde. A saúde pública é um direito fundamental e deve ser tratada com prioridade.

A situação de Franco da Rocha serve como um alerta para a importância de uma gestão eficiente e transparente dos recursos públicos, especialmente em momentos de crise. As autoridades devem tomar medidas imediatas para resolver os atrasos nos pagamentos e melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde.

A denúncia dos funcionários de saúde de Franco da Rocha sobre a falta de pagamento das horas extras destaca a necessidade urgente de resolver os problemas financeiros e administrativos da prefeitura. A saúde pública deve ser uma prioridade, e é essencial garantir que os profissionais recebam o que lhes é devido para manter a qualidade do atendimento à população. A administração municipal precisa agir com transparência e eficiência para resolver esses problemas e assegurar a saúde e bem-estar da comunidade.