Ford Territory 2026 promete luxo e conforto, mas consumo alto e manutenção cara assustam motoristas

Diferente do que muitos esperam de um SUV médio, o Ford Territory Titanium 2026 divide opiniões com seu visual refinado, interior tecnológico e conjunto robusto. Ao mesmo tempo, cobra caro por isso: o consumo urbano gira entre 7 e 8 km/l, peças são importadas da China, e o pós-venda não entrega a tranquilidade prometida. Ainda assim, há quem enxergue nele uma escolha válida — desde que com critérios bem definidos.
Publicado em Automóveis dia 4/08/2025 por Alan Corrêa

O Ford Territory Titanium 1.5 2026 chegou ao Brasil como uma promessa da montadora para o segmento de SUVs médios com apelo visual forte e recheado de tecnologia. Importado da China, o modelo mira consumidores que valorizam conforto, sofisticação e recursos de condução semiautônoma. Lançado com preço sugerido na casa dos R$ 215 mil, o utilitário aposta em equipamentos premium e uma cabine silenciosa e espaçosa para conquistar famílias e motoristas urbanos.

Pontos Principais:

  • Ford Territory Titanium 2026 chega ao Brasil com preço médio de R$ 215 mil.
  • Modelo traz motor 1.5 turbo de 169 cv e câmbio de dupla embreagem.
  • Consumo urbano é alto, com médias entre 7 e 8 km/l com gasolina.
  • Interior oferece bancos ventilados, teto panorâmico e painel digital completo.
  • Pacote de segurança inclui câmeras 360°, frenagem autônoma e controle adaptativo.
  • Peças importadas e falhas eletrônicas exigem atenção na compra de unidades usadas.
  • Desvalorização elevada preocupa quem pensa em revenda de curto prazo.

Por fora, o SUV chama atenção com sua carroceria de 4,68 metros, rodas aro 19 e teto solar panorâmico. Por dentro, bancos em couro com ajustes elétricos, ventilação e aquecimento, além de painel digital completo, compõem um ambiente que rivaliza com modelos de categorias superiores. O acabamento interno entrega sensação de requinte, enquanto o espaço acomoda bem cinco ocupantes, com porta-malas de 448 litros.

A ficha técnica confirma o foco em suavidade ao rodar. O motor 1.5 turbo de 169 cavalos atua em conjunto com o câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas e tração dianteira. As respostas são lineares e o isolamento acústico impressiona, mas o desempenho decepciona quem busca acelerações mais vigorosas. O peso de 1.635 kg compromete arrancadas e deixa o SUV preguiçoso no anda e para do trânsito.

O maior gargalo, no entanto, está no consumo. Com médias urbanas de 7 a 8 km/l e rodoviárias de até 11,2 km/l, o Territory exige bolso forte para quem dirige frequentemente em cidade. Com tanque de 60 litros, a autonomia é limitada e o custo por quilômetro rodado é alto. Em tempos de combustível caro, essa característica tem sido um ponto crítico em avaliações de donos e especialistas.

Na segurança, o Territory não economiza: controle adaptativo de velocidade, frenagem autônoma, alerta de colisão, câmeras 360°, assistente de faixa, controle de descida e alerta de ponto cego fazem parte do pacote. São recursos que ampliam a sensação de proteção e destacam o modelo frente a rivais mais espartanos. O carro praticamente dirige sozinho em algumas situações, o que o torna atrativo para perfis mais tecnológicos.

Contudo, os pontos de alerta surgem após a compra. Por ser um veículo importado, o acesso a peças pode ser demorado, e os custos de manutenção assustam. Relatos de falhas em sensores, luzes de alerta e pane no câmbio automatizado reforçam a necessidade de atenção ao histórico de manutenção. Itens simples podem ter preço elevado ou não estarem disponíveis em estoque.

A Ford posiciona o Territory como um SUV global, mas no Brasil ainda enfrenta desconfiança. A desvalorização acelerada preocupa — especialmente em comparação com rivais nacionais que oferecem manutenção mais acessível. Para quem pensa em revender o veículo em pouco tempo, o Territory pode gerar prejuízo. A reputação do modelo no mercado de usados ainda não se consolidou.

A dirigibilidade é elogiada pela suavidade da suspensão independente nas quatro rodas e pela estabilidade mesmo em pisos irregulares. Os sensores de estacionamento, auto hold, assistência de estacionamento semiautomático e retrovisores com rebatimento elétrico facilitam o uso no dia a dia. A experiência ao volante é confortável, mas exige paciência com os pontos fracos.

Ao analisar friamente, o Territory 2026 tem mais qualidades do que defeitos, desde que o comprador esteja ciente dos custos envolvidos. Quem busca um usado precisa investir tempo em uma boa vistoria, especialmente no câmbio, eletrônicos e revisões feitas com peças originais. Há chances reais de fazer um bom negócio — mas não é o tipo de carro para quem compra por impulso.

Entre os SUVs médios, o Territory se destaca pelo pacote completo e visual premium, mas não entrega desempenho esportivo nem economia de combustível. O consumidor ideal é aquele que privilegia espaço, tecnologia e conforto, sabendo que isso tem um preço. A compra pode compensar, mas exige consciência e um olhar afiado para cada detalhe do carro.

Fonte: Carro.Blog.Br e Ford.