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Filhote de onça-parda foi resgatado após ser atropelado ao fugir do incêndio em SP

Um filhote de onça-parda foi resgatado após ser atropelado enquanto fugia de um incêndio florestal no interior paulista. O animal foi levado para tratamento em Ribeirão Preto, onde recebeu cuidados. Desde o início dos incêndios, já foram registrados 70 atendimentos a animais silvestres no estado.
Publicado em Cidades dia 6/09/2024 por Alan Corrêa

Um incêndio florestal no interior de São Paulo resultou no resgate de um filhote de onça-parda que tentava fugir das chamas. O animal, batizado de Benedito, foi encontrado por trabalhadores de uma usina na zona rural de São Joaquim da Barra após ser atropelado em uma rodovia. A mãe e o irmão do filhote também estavam fugindo do fogo, mas o outro filhote não sobreviveu e foi encontrado morto, enquanto a mãe permanece desaparecida.

Com lesões graves na pata, Benedito foi levado ao Centro de Triagem e Reabilitação (Cetras) em Ribeirão Preto, onde passou por uma cirurgia de amputação de dois dedos. Segundo o zootecnista Alexandre Gouvea, o filhote perdeu parte dos movimentos da pata e não poderá ser devolvido à natureza, já que não terá condições de caçar ou sobreviver sozinho. Apesar das circunstâncias, o animal se recupera bem, ganhou peso e está recebendo cuidados.

Além de Benedito, um macaco bugio, resgatado em Guatapará, também está em tratamento após ser mordido por um cachorro enquanto tentava escapar de outro incêndio. O estado do macaco é grave. O Cetras e outras 25 unidades estão em alerta para receber animais silvestres vítimas de incêndios, em uma rede de atendimento e reabilitação coordenada pelo governo estadual. Desde o início da onda de incêndios, 70 animais foram atendidos, 38 não resistiram e 32 continuam em tratamento.

A gravidade dos incêndios e suas consequências para a fauna silvestre paulista motivaram a criação de um gabinete de crise. As autoridades pedem que a população não tente resgatar animais feridos sozinha, orientando que acione a Polícia Militar Ambiental ou o Corpo de Bombeiros para garantir o tratamento adequado.

Outros casos também chamam a atenção, como o tamanduá-bandeira chamado Vitória, que não resistiu aos ferimentos causados por queimaduras de terceiro grau e faleceu devido a uma infecção generalizada. Já em Jundiaí, a Associação Mata Ciliar registrou que 28 animais foram atropelados enquanto tentavam fugir dos incêndios, incluindo um filhote de veado com problemas respiratórios.

O governo estadual segue em alerta total, com a rede de 26 centros preparada para receber e tratar os animais resgatados. A diretora do Departamento de Fauna Silvestre, Isabella Saraiva, ressaltou a importância desse esforço coletivo, destacando que os centros autorizados estão prontos para colaborar com os cuidados necessários.

Fonte: SEMIL e G1.