O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos alvos da Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (3) para investigar a suposta adulteração de cartões de vacinação por meio de inserção de dados falsos no banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
A ação tem como objetivo apurar a associação criminosa formada para inserir informações falsas no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde, e na Rede Nacional de Dados em Saúde (Rnds).
Segundo a PF, os investigados inseriram falsas informações de vacinação contra a covid-19 nos sistemas, permitindo a emissão de certificados de vacinação que foram utilizados para burlar as restrições sanitárias impostas pelas autoridades públicas para evitar a propagação da doença. A fraude teria ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e se confirmada, pode ter impacto negativo na confiança no sistema sanitário brasileiro.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, elogiou o trabalho da PF e classificou a conspiração contra a saúde pública como “corrupção gravíssima”. Para Dino, a fraude evidenciada na operação desta terça-feira coloca em risco a segurança sanitária nacional, e é necessário que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tome medidas para proteger os sistemas que foram fraudados.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que vem colaborando com as investigações desde o início, e garantiu que não houve relato de invasão externa aos sistemas SI-PNI e Rnds. A pasta ressaltou que todas as informações relativas aos registros de imunizações do SUS são feitas mediante cadastro, e podem ser rastreadas. A investigação da PF apura crimes como infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.