Opinião

Editorial – Educação à Deriva: Quem Comanda?

Num cenário educacional onde a liderança se mostra ausente, as consequências são visíveis e perturbadoras: salas de aula desordenadas, projetos pedagógicos interrompidos e um futuro incerto para os estudantes. Como as escolas podem prosperar sem um comandante para guiar o navio? Este é o cenário desafiador que enfrentamos, onde a urgência por lideranças competentes nunca foi tão evidente.
Publicado em Opinião dia 25/04/2024 por Alan Corrêa

Por Bia Ludymila (MTB 0081969/SP). O Vácuo de Liderança nas Escolas: Uma Reflexão sobre o Futuro da Educação e da Sociedade.

Vivemos em uma era de paradoxos educacionais. Por um lado, temos acesso a uma quantidade sem precedentes de informações e recursos tecnológicos. Por outro, observamos uma crescente desorganização estrutural em nossas instituições de ensino, evidenciada não apenas por salas de aula caóticas e corredores desordenados, mas, sobretudo, pela ausência palpável de liderança. Esta reflexão não busca apenas criticar, mas provocar uma reavaliação filosófica da educação como reflexo e motor da sociedade.

A liderança, em seu conceito mais fundamental, é o ato de guiar, de moldar o futuro. Mas, o que ocorre quando essa liderança se dissolve no ar, quando os pilares que deveriam sustentar o crescimento e o aprendizado de nossos jovens ruem em uma aparente indiferença administrativa? A ausência de líderes carismáticos e capazes nas nossas escolas é um sintoma alarmante, um prenúncio de uma crise que transcende as paredes acadêmicas e questiona a própria tessitura da nossa futura cidadania.

Os filósofos gregos consideravam a educação como a pedra angular da ética e da política, um meio essencial para o cultivo da virtude e da sabedoria. No entanto, ao negligenciarmos a importância de líderes efetivos nas escolas, estamos, de fato, comprometendo nossa capacidade coletiva de pensar, questionar e inovar. A educação sem direção é como um navio sem timoneiro, sujeito às correntezas caóticas do mar, incapaz de navegar com propósito ou direção.

A questão que se impõe é perturbadora: como podemos esperar formar cidadãos qualificados, críticos e ativos se as instituições destinadas a esse fim estão à deriva? A desordem visível em muitas escolas é apenas a ponta do iceberg. Por baixo, esconde-se uma crise de valores, uma falha em reconhecer e cultivar lideranças que poderiam reorientar o curso da educação.

Ao considerar nosso papel como os adultos de hoje, responsáveis pelo amanhã, devemos questionar a suficiência de nossas ações. Estamos realmente empenhados em garantir que a próxima geração tenha as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios futuros? Ou estamos, consciente ou inconscientemente, contribuindo para um ciclo vicioso de desengajamento e mediocridade?

Essas indagações não são meras retóricas filosóficas; elas carregam o peso de nossa responsabilidade coletiva. A ausência de liderança efetiva nas escolas é um convite à reflexão sobre o tipo de sociedade que estamos construindo. É um chamado para reavaliar nossas prioridades e reafirmar nosso compromisso com uma educação que seja verdadeiramente transformadora.

Por fim, a pergunta que deixo ao leitor é simples, porém profunda: que tipo de futuro estamos cultivando nas nossas escolas hoje? A resposta a essa pergunta definirá não apenas a trajetória de nossos jovens, mas o próprio destino da nossa sociedade.