Opinião

Editorial: A Complexidade do Atendimento e os Direitos do Consumidor

Por Bia Ludymila (MTB 0081969/SP). O cenário de um parque de diversões geralmente nos remete a alegria, descontração e memórias familiares. Contudo, por trás das luzes piscantes e das músicas alegres, há trabalhadores que lidam diariamente com as variadas facetas do público.
Publicado em Opinião dia 28/09/2023 por Alan Corrêa

Por Bia Ludymila (MTB 0081969/SP). O cenário de um parque de diversões geralmente nos remete a alegria, descontração e memórias familiares.

Contudo, por trás das luzes piscantes e das músicas alegres, há trabalhadores que lidam diariamente com as variadas facetas do público.

Uma frase simples e de conceito profundo: “O seu direito acaba quando começa o do amiguinho!”, eu mesma ouvia isso desde criança quando ficava na casa de uma das minhas tias, junto aos meus primos, que testávamos limites todo o tempo. As vezes até saia briga!

A experiência de uma influenciadora, que se tornou um fenômeno nas redes sociais ao expor as dificuldades no trato com clientes, oferece uma perspectiva valiosa sobre os direitos e deveres tanto de consumidores quanto de vendedores.

O Brasil possui um dos códigos de defesa do consumidor mais avançados do mundo

E nele, estão preceituados os direitos básicos do consumidor, tais como a proteção contra publicidade enganosa, o acesso a informações claras e precisas sobre produtos e serviços e a proteção contra práticas abusivas. No entanto, mesmo com um arcabouço legal tão robusto, muitos consumidores, movidos por um senso de direito exacerbado, acabam por confundir o que é um direito com o que é um privilégio.

A saga desses trabalhadores no parque de diversões lança luz sobre uma questão crucial: o limite entre o direito de reclamar e a agressão, seja ela verbal ou física. Como bem ressaltado por especialistas, enquanto o consumidor tem o direito de expressar sua insatisfação, ofender trabalhadores ou denegrir injustamente a imagem de um estabelecimento pode acarretar em indenizações por danos morais.

É imprescindível também que as empresas forneçam treinamento adequado a seus funcionários para que possam lidar com situações tensas, garantindo a satisfação do cliente e a integridade emocional e física de seus colaboradores. A narrativa de pessoas que não teriam voz se não pelas facilidades da internet é um lembrete de que, mesmo em um ambiente destinado ao lazer, desafios profissionais surgem.

Consumidores e trabalhadores devem lembrar-se de seus direitos e responsabilidades, e as empresas devem investir em treinamento e em políticas claras para garantir que ambas as partes se sintam respeitadas e protegidas. Em um mundo cada vez mais conectado e onde a reputação de um negócio pode ser construída ou destruída em questão de cliques, é vital que todos nós – consumidores, trabalhadores e empresários – busquemos uma relação mais harmoniosa, baseada no respeito mútuo e no entendimento de nossos direitos e deveres.