Silvia Waiãpi, deputada federal pelo Partido Liberal (PL) do Amapá, teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá. A decisão ocorreu devido ao uso de R$ 9 mil dos recursos de sua campanha eleitoral de 2022 para pagar um procedimento de harmonização facial.
A deputada foi acusada pelo Ministério Público Eleitoral de desviar o dinheiro do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para uso pessoal. A denúncia afirma que a primeira sessão do procedimento estético ocorreu no mesmo dia em que Waiãpi recebeu os recursos do FEFC.
A coordenadora de campanha de Silvia, Maete Mastop, foi a responsável por levar a denúncia ao Ministério Público. Ela alegou ter sido induzida ao erro, pois transferiu o dinheiro da conta de campanha para sua conta pessoal a pedido de Silvia, realizando então o pagamento pelo procedimento.
A defesa de Maete busca mudar sua condição de acusada para testemunha, alegando que ela agiu sem pleno conhecimento da ilegalidade do ato. Comprovantes de transferências bancárias e pagamentos na clínica foram apresentados como provas pelo Ministério Público.
Silvia Waiãpi, por meio de sua assessoria, informou que as contas de campanha já haviam sido aprovadas pelo TRE-AP e que a deputada e seus advogados não foram devidamente intimados para o julgamento atual. A parlamentar anunciou que irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter a decisão.
Silvia Waiãpi teve uma carreira variada antes de entrar na política, atuando como atriz em novelas e minisséries entre 2000 e 2017 e servindo como atleta no Clube Vasco da Gama. Em 2011, ela se tornou a primeira indígena membro do Exército Brasileiro. Entre 2018 e 2022, ocupou o cargo de secretária de Saúde Indígena no governo federal.
*G1.