O cenário político brasileiro foi impactado por uma nova pesquisa de opinião pública que revela uma queda na aprovação do governo federal. O levantamento, conduzido pelo Datafolha e divulgado em 14 de fevereiro de 2025, indica que apenas 24% dos eleitores avaliam positivamente a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse número representa a menor taxa de aprovação registrada nos três mandatos do chefe do Executivo.
Ao mesmo tempo, a pesquisa aponta que a reprovação ao governo alcançou 41%, um aumento significativo em relação ao levantamento anterior realizado em dezembro de 2024. Naquela ocasião, 34% dos entrevistados consideravam a administração federal ruim ou péssima. O percentual de eleitores que classificam a gestão como regular ficou em 32%, enquanto 2% não souberam ou não quiseram responder.
Esses números sugerem uma mudança na percepção pública sobre a condução do governo e indicam desafios para a administração federal. O levantamento foi realizado com 2.007 eleitores distribuídos por 113 cidades entre os dias 10 e 11 de fevereiro, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa Datafolha também oferece uma perspectiva histórica ao comparar os índices de aprovação e reprovação do atual governo com administrações anteriores. Em seu primeiro mandato, entre 2003 e 2006, o presidente havia enfrentado um momento crítico durante a crise do mensalão, quando sua aprovação caiu para 28% em outubro e dezembro de 2005.
Além disso, o levantamento mostra que, no mesmo período de mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro possuía uma reprovação semelhante à atual, com 40% dos eleitores classificando sua gestão como ruim ou péssima. Entretanto, Bolsonaro tinha uma aprovação mais elevada, com 31% considerando seu governo ótimo ou bom.
A maior reprovação registrada anteriormente para o governo atual foi em dezembro de 2024, quando 34% dos entrevistados classificaram a gestão como ruim ou péssima. O aumento desse índice para 41% em fevereiro de 2025 representa uma deterioração da avaliação pública no início do segundo ano de mandato.
O levantamento também detalha a avaliação do governo Lula entre diferentes segmentos da população. A pesquisa revela que tanto homens quanto mulheres reduziram seu nível de aprovação à administração federal. Em dezembro de 2024, 38% das mulheres e 33% dos homens aprovavam o governo. Em fevereiro de 2025, esse percentual caiu para 24% em ambos os grupos.
Entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, a aprovação ao governo passou de 44% para 29% no mesmo período. No grupo que ganha mais de dez salários mínimos, a taxa caiu de 32% para 18%, dentro da margem de erro de 12 pontos percentuais.
A pesquisa também aponta variações por nível de escolaridade. Entre os eleitores com Ensino Fundamental, a aprovação caiu de 53% para 38%. Já na divisão por religião, os católicos reduziram sua aprovação ao governo de 48% para 24%, enquanto entre os evangélicos esse número passou de 30% para 21%.
O Nordeste, tradicionalmente uma das regiões com maior apoio ao presidente, também apresentou uma queda na aprovação. Em dezembro de 2024, 49% dos nordestinos avaliavam o governo como ótimo ou bom. No levantamento de fevereiro, esse percentual caiu para 33%.
A pesquisa não divulgou detalhes sobre os índices de reprovação e avaliação regular do governo em cada região, mas os dados gerais indicam que a percepção negativa cresceu em todo o país.
Os resultados do levantamento sugerem que fatores econômicos, políticos e sociais podem estar influenciando a opinião pública. Especialistas apontam que mudanças na avaliação popular podem ter reflexos em futuras decisões políticas e na estratégia do governo para os próximos anos.
Os números da pesquisa Datafolha mostram as seguintes variações em relação ao levantamento anterior, realizado em dezembro de 2024:
Com a nova pesquisa, o governo federal terá que lidar com a percepção pública sobre sua administração e definir estratégias para reverter a queda na aprovação.
Fonte: G1.