O governo federal publicou nesta quarta-feira, 28 de agosto de 2024, um decreto que estabelece novas regras para o alistamento militar feminino no Brasil. A medida permitirá que mulheres voluntariamente se alistem no serviço militar a partir do ano em que completam 18 anos. Antes dessa regulamentação, a participação feminina nas Forças Armadas era restrita a cargos obtidos por meio de cursos de formação de oficiais e suboficiais, voltados para profissionais de nível superior, como médicas, engenheiras e coordenadoras de tráfego aéreo.
O processo de alistamento ocorrerá anualmente entre janeiro e junho, sendo organizado por um plano geral de convocação que determinará os municípios em que o alistamento feminino será realizado. A seleção das voluntárias será feita com base em critérios físicos, psicológicos e morais, além de inspeções de saúde que atestarão a aptidão para o serviço militar.
As mulheres que decidirem se alistar poderão desistir do processo até o ato de incorporação. No entanto, após essa etapa, o serviço militar passa a ser de cumprimento obrigatório, e as voluntárias estarão sujeitas às mesmas obrigações legais dos homens, incluindo a possibilidade de multas e retenção do certificado de serviço militar caso não cumpram as normas estabelecidas.
O decreto também prevê que as mulheres alistadas não terão estabilidade no serviço militar e, após serem desligadas, passarão a compor a reserva não remunerada das Forças Armadas. O período inicial de serviço será de 12 meses, mas poderá ser prorrogado de acordo com as necessidades das Forças Armadas.
Esse novo regulamento visa equiparar o alistamento feminino ao masculino em termos de voluntariado e obrigações, permitindo que as mulheres também integrem a defesa do país. A assinatura do decreto ocorreu durante uma cerimônia que marcou os 25 anos do Ministério da Defesa, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Defesa, José Múcio.
Com a possibilidade de voluntariado, as mulheres agora poderão contribuir para as Forças Armadas em diferentes funções, desde que cumpram todas as etapas do processo seletivo, que envolve tanto avaliações físicas quanto psicológicas. A iniciativa busca abrir mais oportunidades de participação para mulheres no âmbito militar, sem, contudo, obrigar seu alistamento.
Essas mudanças representam um avanço nas políticas de inclusão das mulheres nas Forças Armadas, ampliando o acesso voluntário ao serviço militar, ao mesmo tempo em que mantém os critérios de seleção rigorosos para garantir a aptidão das candidatas.
Fonte: AgênciaBrasil e G1.