Notícias

Concha Acústica de Caieiras será reformada com verba estadual após anos de abandono cultural

Enquanto outros patrimônios de Caieiras seguem esquecidos, a Concha Acústica “Armandinho” receberá mais de R$ 1 milhão para ser restaurada. O investimento vem do Governo do Estado por meio do FID e reacende o debate sobre o abandono histórico da cultura na cidade. A reforma, aguardada há anos, pode representar o renascimento simbólico da arte e da memória cultural local.
Publicado em Notícias dia 17/03/2025 por Alan Corrêa

Caieiras recebe verba para reforma da Concha Acústica. Governo de SP libera recurso para revitalização cultural.

Pontos Principais:

  • Concha Acústica de Caieiras será restaurada com verba estadual via FID.
  • Investimento total supera R$ 1 milhão com contrapartida da prefeitura.
  • Espaço cultural estava abandonado há anos, gerando críticas da população.
  • Outros patrimônios culturais da cidade, como o Memorial e o Teatro Valbusa, seguem deteriorados.

Na última quinta-feira, o Governo do Estado de São Paulo oficializou a liberação de recursos para projetos de infraestrutura em diversas cidades, incluindo Caieiras. A iniciativa contempla ações que vão desde mobilidade urbana até preservação ambiental, e traz alívio para setores culturais esquecidos. Entre os projetos aprovados, está a aguardada reforma da Concha Acústica “Armando Rodrigues – Armandinho”, localizada no centro da cidade, com investimento total de R$ 1.065.545,36.

A verba virá do Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos (FID), que aportará R$ 971 mil. A prefeitura entrará com uma contrapartida de cerca de R$ 93 mil. O FID, ligado à Secretaria da Justiça e Cidadania, é responsável por fomentar projetos que busquem a reparação de danos e defesa de direitos coletivos. Desde 2017, o fundo não registrava um volume tão alto de investimentos, o que torna esse novo ciclo especialmente simbólico para cidades como Caieiras.

O local, que já foi palco de eventos culturais, encontra-se hoje em total estado de abandono. A ausência de manutenção ao longo dos anos gerou revolta na população, que há tempos cobra pela reativação do espaço. A reforma promete devolver à comunidade um ponto de encontro e valorização da cultura popular, embora ainda reste receio quanto à execução real do projeto.

O caso da Concha Acústica escancara o histórico de negligência com o patrimônio cultural de Caieiras. O antigo MAC foi demolido com a justificativa de construção de um piscinão, que até hoje não saiu do papel. O espaço, antes destinado à arte e expressão, tornou-se um vazio urbano, desmobilizando artistas e coletivos locais.

Outro exemplo é o Memorial Histórico de Caieiras, inaugurado em 2020 e desativado pela gestão atual. O museu, que apresentava de forma interativa os principais marcos da história da cidade, teve suas portas fechadas sem perspectiva de reabertura. Fotos, objetos e documentos históricos seguem sem destinação definida, longe do acesso da população.

O Teatro Municipal Maestro Sérgio Valbusa é mais um capítulo nessa sequência. Fechado desde uma enchente em 2023, ainda não passou por nenhuma obra de recuperação. A prefeitura afirma que o caso requer laudos técnicos aprofundados, mas não apresentou até agora soluções concretas. A morosidade no processo gera críticas e frustrações crescentes na população.

A reforma da Concha Acústica pode funcionar como divisor de águas, sinalizando uma tentativa de reconexão entre poder público e comunidade cultural. No entanto, é preciso que haja fiscalização ativa e compromisso com prazos, para que esse investimento não se transforme apenas em mais uma promessa não cumprida diante de um cenário marcado por omissões.

Fonte: Prefeitura de Caieiras.