Saúde e Bem-Estar

Cirurgia para Afinar Cintura com Remodelamento Costal Ganha Popularidade, mas Riscos Preocupam

O procedimento de remodelamento costal, que envolve a fratura das costelas para afinar a cintura, está em alta. Prometendo uma redução de até 15 cm na circunferência, a técnica levanta preocupações sobre os riscos, como perfuração de órgãos e dor crônica. Especialistas alertam para os perigos e a incerteza dos efeitos a longo prazo.
Publicado em Saúde e Bem-Estar dia 11/08/2024 por Alan Corrêa

A busca pelo corpo ideal continua a impulsionar a popularização de procedimentos cirúrgicos, como a recente técnica de remodelamento costal. Este procedimento consiste na fratura controlada das costelas inferiores, com o objetivo de afinar a cintura. Utilizando uma tecnologia de ultrassom para enfraquecer os arcos costais, os médicos podem reposicionar as costelas para criar uma silhueta mais fina, geralmente em um procedimento que dura entre 40 minutos e uma hora.

Após a cirurgia, é necessário o uso contínuo de um corset, que desempenha o papel de reposicionar as costelas durante o processo de recuperação. As influenciadoras que se submeteram à técnica afirmam ter perdido até 15 cm de circunferência, o que alimenta o interesse pelo procedimento entre mulheres que desejam alcançar o padrão estético de cintura fina.

Apesar das promessas de uma silhueta mais delgada, os riscos envolvidos são significativos. As costelas têm funções cruciais no corpo, como proteger órgãos vitais, incluindo pulmões, coração e fígado. Alterações na posição das costelas podem levar a complicações sérias, como perfurações pulmonares, que podem resultar em um pneumotórax, uma condição que pode ser fatal.

Além disso, a fratura das costelas pode causar dor crônica e dificuldades respiratórias, devido à possibilidade de pseudoartrose, uma condição em que os ossos não se consolidam adequadamente. As complicações no processo de cicatrização também podem alterar permanentemente a estrutura óssea.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não se posicionou oficialmente sobre o procedimento, o que levanta ainda mais dúvidas sobre a segurança e os efeitos a longo prazo desta técnica. O fato de a cirurgia ser relativamente nova no Brasil, chegando ao país há menos de dois anos, faz com que os resultados a longo prazo ainda sejam desconhecidos.

O debate sobre a busca pelo corpo ideal é antigo, mas procedimentos como o remodelamento costal trazem à tona questões sobre os limites que se deve impor na busca por padrões estéticos. Especialistas recomendam que qualquer intervenção cirúrgica seja cuidadosamente considerada, levando em conta não apenas os resultados estéticos imediatos, mas também a saúde e bem-estar a longo prazo.

Fonte: Record e OGlobo.