O relógio marcava o fim da noite de terça-feira, 22 de julho, quando a rotina do patrulhamento da Polícia Militar em Cajamar encontrou uma cena nada corriqueira na Rua Campos do Jordão, no bairro do Polvilho. Um grupo de pessoas se reunia em uma escadaria que dá acesso à comunidade local — ponto já conhecido por ocorrências envolvendo o tráfico de drogas.
Pontos Principais:
A aproximação da viatura do CGP-3 foi o gatilho. Jefferson, um dos suspeitos, notou a presença dos policiais e gritou. A tentativa de alertar os demais provocou uma movimentação súbita. Enquanto alguns corriam, os PMs observaram Esdras e Rebecca manuseando um objeto preto, com comportamento considerado altamente suspeito.
Com apoio do 1º Sargento Felipe e do Cabo Allan, a guarnição entrou na comunidade. Rebecca foi localizada rapidamente, tentando se esconder dentro de uma casa. O 2º Sargento Guzonni, que permaneceu na escadaria, encontrou sacolas abandonadas junto à mureta. Dentro delas, diferentes tipos de entorpecentes, confirmando o que os olhos experientes dos policiais já suspeitavam.
A operação se intensificou. Com reforço da viatura M-26305, Jefferson e Esdras foram encontrados escondidos em um bar nas imediações. Não houve resistência. Ambos foram algemados e conduzidos junto com Rebecca ao Distrito Policial do Polvilho.
No depoimento prestado às autoridades, Rebecca não hesitou em apontar Jefferson, Esdras e um quarto suspeito — ainda não identificado — como os responsáveis pela venda dos entorpecentes. A afirmação deu contorno ao inquérito e sustentou o boletim de ocorrência, que enquadrou os três por tráfico de drogas e associação criminosa.
A dinâmica do flagrante ilustra a complexidade da atuação policial em regiões como o Polvilho, onde a urbanização densa e o traçado das comunidades favorecem o tráfico e dificultam a repressão. A escadaria onde tudo aconteceu é um ponto de acesso a becos estreitos e vielas que desafiam a logística das viaturas.
Moradores da área frequentemente denunciam movimentações suspeitas, mas convivem com o medo. A prisão dos três suspeitos é vista como resultado de uma estratégia que mistura patrulhamento ostensivo com inteligência de campo. Ainda assim, a ausência de identificação do quarto envolvido acende um alerta.
Em Cajamar, a semana já havia começado com ações semelhantes. No mesmo dia, outra operação da Polícia Federal também resultou na prisão de dois indivíduos ligados ao tráfico interestadual. O cerco tem se fechado, mas a sensação é de que as redes de distribuição permanecem operando em estruturas paralelas.
A atuação coordenada das forças policiais se mostra eficiente, mas não suficiente. A comunidade, muitas vezes, observa a polícia de um lado e os traficantes do outro — numa disputa que vai além da repressão e envolve também abandono social, falta de alternativas e ausência do Estado em áreas críticas.
No caso da escadaria do Polvilho, o boletim de ocorrência foi lavrado e os três suspeitos seguiram detidos. As investigações continuam para localizar o quarto indivíduo citado por Rebecca. A Justiça agora decide os próximos passos, enquanto a comunidade volta à sua rotina, à espera da próxima movimentação que transforme a paisagem em manchete.