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Bets: sites de apostas sem autorização serão suspensos a partir de outubro

A partir de outubro, o governo brasileiro iniciará a suspensão de operações de empresas de apostas esportivas que não solicitaram autorização para funcionar no país. A medida faz parte de um esforço para regular o setor e combater fraudes, endividamento de apostadores e a dependência em jogos.
Publicado em Tecnologia dia 17/09/2024 por Alan Corrêa

A partir de 1º de outubro de 2024, as empresas de apostas de quota fixa, conhecidas como bets, que ainda não solicitaram a devida autorização para operar no Brasil, terão suas atividades suspensas. Essa decisão, tomada pelo Ministério da Fazenda, será aplicada até que os pedidos de licenciamento sejam feitos e analisados pela Secretaria de Prêmios e Apostas. Somente após a concessão da licença, essas empresas poderão retomar suas operações, que estão previstas para reiniciar em janeiro de 2025, caso cumpram todos os requisitos.

O Ministério da Fazenda, liderado pelo ministro Fernando Haddad, anunciou que intensificará o pente-fino na regulamentação das apostas eletrônicas no Brasil. Segundo Haddad, o principal foco é enfrentar a crescente dependência psicológica gerada pelos jogos, uma questão que, de acordo com o ministro, se tornou um grave problema social. O governo pretende tratar as apostas como entretenimento, enquanto adota medidas de proteção à saúde mental e financeira dos apostadores.

A suspensão das operações de bets sem autorização também busca separar as empresas sérias das que utilizam as apostas para atividades ilícitas, como fraudes e lavagem de dinheiro. Nos últimos meses, operações policiais revelaram um aumento no número de empresas envolvidas em práticas ilegais, levando o governo a adotar medidas urgentes para evitar a expansão desse tipo de atividade no país.

O impacto econômico das apostas também está sob análise. O uso de cartões de crédito para financiar apostas, a publicidade envolvendo artistas e influenciadores digitais, além dos patrocínios, estão sendo avaliados com rigor. O objetivo do governo é proteger tanto os consumidores quanto o mercado de apostas, que tem crescido exponencialmente nos últimos anos. A medida visa também combater o endividamento dos apostadores, que têm utilizado recursos financeiros de maneira irresponsável para sustentar hábitos de jogo.

Até o momento, 113 empresas já solicitaram autorização na primeira fase de licenciamento. Cada licença custa R$ 30 milhões, e estima-se que o governo arrecadará R$ 3,3 bilhões com esse processo. A expectativa é que, a partir de janeiro de 2025, as empresas que obtiverem a licença possam operar até três marcas por um período de cinco anos, garantindo maior controle sobre o setor e a conformidade com a legislação.

Essa nova etapa de regulamentação das apostas esportivas é vista pelo governo como um passo necessário para enfrentar o que muitos já chamam de “pandemia” das bets no Brasil. A regulamentação adequada, segundo as autoridades, ajudará a proteger os cidadãos e a garantir que o mercado funcione de maneira transparente e responsável.

Fonte: AgênciaBrasil.