Por Prof. Auro Mizuka – Cristo é a salvação, Herodes, a perdição. Esse rei péssimo, expoente do mal, apavora-se e fica perturbado, pensando que ia perder o trono.
Impelidos por um sopro divino, os Reis Magos seguem uma estrela e chegam a Jerusalém, imaginando talvez que o povo estivesse em festa pelo nascimento do Rei esperado.
No entanto, apesar de encontrarem tudo na completa normalidade, não se decepcionam, e na sua ingenuidade vão pedir informações sobre o Rei dos judeus ao próprio Herodes.
Era o homem a quem nunca deveriam ter procurado! Herodes representava o polo oposto ao de Nosso Senhor. Enquanto Jesus é a Luz que vem a este mundo, Herodes simboliza as trevas.
Muitos outros avistaram a estrela, pois ela fora visível, e vários conheceram também o relato dos pastores de Belém na noite de Natal. Todavia, nem todos acreditaram, só aqueles que foram favorecidos pelas moções do Espírito Santo.
A descrição de São Mateus emociona: “Acharam o Menino com Maria, sua Mãe”. Palavras proféticas inspiradas por Deus, para deixar patente pelos séculos afora que não se pode encontrar Jesus sem Maria, e menos ainda, Maria sem Jesus. A História comprova e muito mais o fará o quanto a devoção à Mãe conduz à adoração ao Filho, e vice-versa.
Ao reconhecê-Lo como rei, os Magos ofereceram as primícias excelentes e preciosas do templo: o ouro que guardavam, por entender que Ele era de natureza divina e celestial; ofertaram incenso perfumado como forma de oração, como suave odor do Espírito Santo; e ofereceram mirra como reconhecimento de sua natureza humana.
A fé demonstrada pelos Reis Magos na Epifania lembra-nos a parábola do grão de mostarda. Ele é minúsculo, mas uma vez plantado, cresce e torna-se um grande arbusto. Ora, esse Menino que vem ao mundo numa gruta e manifesta a sua divindade aos soberanos vindos do Oriente, depois vai morrer no Calvário e do seu lado transpassado pela lança brotará a Santa Igreja. Esta nasce sem nenhum templo, de forma apagada, desenvolve-se, e em certo momento toma conta do Império Romano, até se expandir por todo o mundo.
Quantas famílias, povos e nações inteiras ao longo da História se porão a caminho, à semelhança dos Magos, para seguir uma estrela que é a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Sim, Ela é a distribuidora dos Sacramentos, promotora da santificação e dispensadora de todas as graças, é a estrela a cintilar diante dos nossos olhos, através do esplendor da sua Liturgia, da infalibilidade da sua doutrina, da santidade das suas obras, convidando-nos a obedecer a voz do Divino Espírito Santo que fala no nosso interior.
Se no Natal Deus Se manifestou como Homem, na Epifania esse mesmo Homem revelou-se como Deus. Assim, nestas duas festas, Deus quis que o grande mistério da Encarnação fosse revelado com todo o brilho.
Mons. João S. Clá Dias, EP – Boletim Maria, Rainha dos Corações nº 95 – Dez.2023 – Fev.2024 – Bragança – Portugal