Anvisa aprova primeiro medicamento injetável para prevenção do HIV no Brasil

A Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu autorização à empresa GlaxoSmithKline (GSK) para comercializar o primeiro medicamento injetável destinado à prevenção do HIV no Brasil. A aprovação foi publicada no Diário Oficial da União em 5 de junho.

O medicamento, chamado Cabotegravir, é uma opção adicional de profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste no uso contínuo de medicamentos antirretrovirais por pessoas com maior risco de infecção pelo vírus. Atualmente, os medicamentos disponíveis para o público são comprimidos de uso oral. A principal diferença do Cabotegravir está em sua ação prolongada, o que reduz a necessidade de doses frequentes.

O tratamento envolve a aplicação de injeções intramusculares na região dos glúteos. As duas primeiras doses são administradas com um intervalo de quatro semanas, seguidas de uma dose a cada oito semanas. Em vez de 365 doses anuais, o medicamento injetável requer apenas seis doses.

De acordo com informações divulgadas pela GSK em 2020, o novo método apresenta uma eficácia 69% maior em comparação aos medicamentos de uso oral diário. Além disso, espera-se que a frequência reduzida de doses aumente a adesão ao tratamento por parte daqueles que optarem por essa forma de medicamento.

Para obter mais informações sobre a eficácia, segurança e quem deve recorrer à PrEP injetável, é possível acessar o site do Ministério da Saúde.

O Cabotegravir como opção injetável para prevenção do HIV no Brasil

Aprovado recentemente pela Anvisa, o Cabotegravir é um medicamento injetável utilizado como forma de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) para prevenir a infecção pelo vírus HIV.

A PrEP consiste no uso diário de uma combinação de dois medicamentos antirretrovirais (tenofovir + entricitabina), que reduzem em mais de 90% as chances de uma pessoa se infectar ao ser exposta ao vírus HIV.

Além dos medicamentos orais, a PrEP agora também conta com uma opção injetável chamada Cabotegravir, aprovada recentemente pela Anvisa para uso no Brasil.

Segundo a médica infectologista Beatriz Grinsztejn, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Cabotegravir injetável será uma opção valiosa para pessoas que enfrentam dificuldades em aderir ao uso diário da PrEP oral já disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

O registro do Cabotegravir foi publicado no Diário Oficial da União em 5 de junho, após a autorização concedida pela empresa farmacêutica britânica GSK.

Aprovado pela FDA em 2021 e recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano anterior, o Cabotegravir é uma forma prática e eficaz de tratamento preventivo contra o HIV, oferecendo uma alternativa aos medicamentos orais atualmente disponíveis.

Enquanto a prevenção da infecção pelo HIV no Brasil é realizada por meio da combinação de dois comprimidos diários, fornecidos gratuitamente pelo SUS, o Cabotegravir é administrado por meio de injeção muscular e possui ação prolongada, garantindo efeitos a médio e longo prazo.

Estudos de implementação do Cabotegravir no Brasil estão em andamento, conduzidos pela Fundação Oswaldo Cruz e pela Unitaid, uma agência global de saúde vinculada à OMS, visando avaliar sua viabilidade de uso no SUS.

Como funciona o Cabotegravir como PrEP injetável

O Cabotegravir é uma forma de PrEP injetável de ação prolongada, sendo administrado por meio de injeções intramusculares. As duas primeiras injeções são realizadas com um intervalo de quatro semanas, seguidas de uma injeção a cada oito semanas.

Assim como os medicamentos orais, a versão injetável da PrEP tem como objetivo reduzir os riscos de contágio em caso de exposição ao vírus HIV.

“A PrEP injetável utiliza um medicamento chamado cabotegravir de ação prolongada, um antirretroviral da classe dos inibidores da integrase que foi testado para a PrEP e mostrou-se altamente eficaz na prevenção da infecção pelo HIV nas populações testadas”, explicou Beatriz Grinsztejn.