A liberdade de esculpir a si mesmo

Por Dr. João Palma Filho Psicólogo – CRP 146.528 – Hospital Fabiano de Cristo

Quando observamos uma escultura, podemos pensar que o autor da obra retirou as camadas de pedra bruta até conseguir alcançar o seu propósito de comunicar uma imagem, sua criação. Podemos realizar uma analogia com a existência humana.

Cada pessoa empregando o martelo, que denominamos motivação para viver, e o cinzel que simboliza as decisões, irá comunicar a si e aos outros sua história, que afirmamos a peça de arte, escultura de si mesmo.

Muitos críticos de obra acabada poderão ser exigentes quanto ao estilo e à estética para exibição pública, entretanto, cada pessoa constrói sua escultura, com as decisões mais adequadas durante sua existência.

A existência humana possibilita a continuidade daquilo que foi iniciado, ainda que algumas decisões tenham sido difíceis e, muitas vezes, chegando a ser destoante da ética.

Então, é possível recomeçar com juízos mais adequados, em harmonia com as virtudes tornando uma obra, fruto da insatisfação e do desejo equivocado, em algo que represente uma realização pessoal.

Essa realização pouco importa estar associada ao grau de importância na organização social, poder ou aparência física e sem necessidade de ocultação dos próprios atos.

Porque o homem com virtudes independe de outros laços que não seja o compromisso com a vida, disseminando o melhor de si.