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A devoção a Nossa Senhora do Bom Sucesso – Parte 1

A origem da imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso foi assim: era madrugada do dia 2 de fevereiro de 1594, quando na capela do Mosteiro Real da Imaculada Conceição, de Quito, a jovem priora Madre Mariana de Jesus Torres orava pela situação da Igreja e do próprio convento.
Publicado em Artigo dia 7/12/2023 por Alan Corrêa

Por Sr. Roberto Kasuo – Arautos do Evangelho

Em quase todas as casas dos Arautos do Evangelho podemos encontrar uma cópia da imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, de Quito, Equador.

Qual a razão de se ter na associação esta devoção tão arraigada?

Primeiramente, vamos conhecer a história desta milagrosa imagem

A origem da imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso foi assim: era madrugada do dia 2 de fevereiro de 1594, quando na capela do Mosteiro Real da Imaculada Conceição, de Quito, a jovem priora Madre Mariana de Jesus Torres orava pela situação da Igreja e do próprio convento.

Sou Maria do Bom Sucesso, a Rainha do Céu e da terra Orava com fervor, quando uma doce voz interrompeu sua prece, chamando-a pelo nome: — Mariana, minha filha!

Levantou-se logo e viu diante de si uma belíssima Senhora, resplendente de luz, que sustinha no braço esquerdo o Menino Jesus e empunhava na mão direita um báculo de ouro, adornado de pedras preciosas.

— Formosa Senhora, quem sois e o que desejais? – perguntou ela, transbordante de felicidade. — Sou Maria do Bom Sucesso, a Rainha do Céu e da terra. Vim consolar teu coração aflito. Empunho no braço direito o báculo, pois quero Eu mesma governar este meu mosteiro, como Priora e Madre.

Durou cerca de duas horas o colóquio da humilde freira com a celestial Visitante. Quando esta Se retirou, apenas a bruxuleante luz da candeia iluminava a capela, mas Madre Mariana sentia-se tão fortalecida quanto desejosa de lutar e sofrer por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Imagem minha

“Meu Filho quer que mandes fazer uma imagem minha” E não lhe faltaram sofrimentos nem provações! Cinco anos depois, na madrugada de 16 de janeiro de 1599, apareceu-lhe de novo a Virgem Santíssima para reconfortá-la. Comunicou-lhe os desígnios de Deus sobre aquele mosteiro, fez proféticas revelações a respeito do futuro do Equador e das perseguições que ali sofreriam as comunidades religiosas, e acrescentou:

— Por isto quer meu Filho Santíssimo que mandes executar uma imagem minha, tal como Me vês, e a disponhas sobre a estala da priora, para daí Eu governar meu mosteiro. Colocarás em minha mão direita o báculo e as chaves da clausura, em sinal de propriedade e autoridade; na esquerda porás o Menino Jesus: primeiro, a fim de que os mortais entendam o quanto sou poderosa para aplacar a justiça divina e alcançar perdão para todo pecador que a Mim recorra com coração contrito; em segundo lugar, para minhas filhas compreenderem que lhes mostro e apresento meu Filho Santíssimo como modelo de perfeição religiosa. Venham elas a Mim, Eu as conduzirei a Ele.

“Nenhum outro escultor será digno desta graça” A religiosa ponderou com timidez:

— Linda Senhora, vossa formosura me encanta. Oh, se me fosse dado deixar a desditosa terra e elevar-me convosco ao Céu! Mas permita-me dizer que nenhuma pessoa humana, mesmo a mais entendida na arte da escultura, poderá esculpir em madeira vossa encantadora imagem, tal como me pedis. Enviai para isto o meu Seráfico Pai, para ele executar essa obra em madeira seleta, tendo como oficiais os Anjos do Céu, pois eu não saberei me explicar, e menos ainda saberei informar vossa estatura. — Nada te atemorize, minha filha – replicou a Virgem Santa –, atenderei ao teu pedido.

Quanto à minha altura, mede-a tu mesma com o seráfico cordão que trazes à cintura. A jovem priora fez uma reverente objeção:

— Formosa Senhora, minha Mãe querida, como me atreveria eu a tocar vossa fronte divina, quando nem os espíritos angélicos podem fazê-lo?

Vós sois a Arca viva da Aliança entre os pobres mortais e Deus; e se Oza caiu morto só pelo fato de ter sustentado a Arca santa para evitar que ela tombasse ao solo (cf. II Sm 6, 6-7), quanto mais eu, pobre e débil mulher!…

— Alegra-Me teu humilde temor e vejo teu ardente amor à tua Mãe do Céu. Traze e põe em minha mão direita o teu cordão e toca em meus pés a outra extremidade.

Cheia de júbilo, amor e reverência, Madre Mariana fez o que lhe ordenava Maria Santíssima, e esta prosseguiu:

— Aí está, minha filha, a medida de tua Mãe do Céu. Entrega-a ao meu servo Francisco del Castillo, explicando-lhe minhas feições e minha postura; ele trabalhará exteriormente minha imagem, pois tem consciência delicada e observa com exatidão os Mandamentos de Deus e da Igreja.

“Recorrendo a Mim, elas aplacarão a ira divina” Em outra aparição, na mesma hora das anteriores, isto é, pouco após a meia- noite, a Virgem Mãe de Deus prenunciou uma época calamitosa para a Igreja no Equador, tempos nos quais quase não se encontraria inocência nas crianças, nem pudor nas mulheres, e acrescentou:

— Com isto sofrerão tuas sucessoras; elas aplacarão a ira divina, recorrendo a Mim sob a invocação do Bom Sucesso, cuja imagem te peço e ordeno que mandes executar para consolo e sustento de meu mosteiro e dos fiéis daqueles tempos.

Esta devoção será o para-raio colocado entre a justiça divina e o mundo prevaricador. Hoje mesmo, quando amanhecer, irás ter com o Bispo e lhe dirás que Eu te pedi e mandei fazer esculpir minha imagem para ser colocada à testa de minha comunidade, a fim de tomar posse completa daquilo que a tantos títulos Me pertence. Ele deverá consagrá-la com o óleo sagrado e por-lhe o nome de Maria do Bom Sucesso da Purificação ou Candelária. No próximo artigo concluiremos esta bela história da misericórdia da Mãe de Deus.

Veja a parte 2