No quilômetro 9 da Estrada Santa Inês, o transeunte é surpreendido pela vista de suntuosa igreja em estilo gótico, quase como uma aparição sobrenatural.
Depois do espanto, vem a curiosidade de conhecer essa maravilha arquitetônica em plena serra da Cantareira.
Adentremos, pois, pela rua Avaí. Transposto o portão, à medida que subimos a rua de acesso, nosso espanto só aumenta: não se trata apenas da igreja, mas de uma verdadeira vila com belíssimos prédios, formando todo um conjunto arquitetônico de muita harmonia. Impensável encontrar algo assim em meio à mata atlântica… Com efeito, quase emoldurando os prédios, avistamos um majestoso tucano em uma árvore, quase nos dando as boas-vindas… aumentando a sensação de estarmos em outro mundo!
Estamos na casa Thabor, dos Arautos do Evangelho. Alguns arautos cordialmente se apresentam e se dispõem a ciceronear a visita.
Começando pelo começo, explicaram que outrora no local funcionava um haras. E que o primeiro prédio, já demolido, fora um conjunto de baias reformadas para servir de quarto para os primeiros moradores. As condições financeiras de então não permitiam mais que isso. Nosso espanto só aumentava…
Onde antes era um pátio de areia para os cavalos, hoje há um grande pátio todo calçado com pedras regulares, como uma praça, cercado pelos prédios. E onde havia o pátio gramado, vemos a bela igreja, num plano mais elevado.
A fachada do templo adornada por imagens dos apóstolos e por painéis de mosaicos coloridos nos prepara para a contemplação do interior.
Ninguém conseguiria imaginar a beleza dessa igreja com a abóbada azul toda estrelada, e com paredes, colunas, arcos e vitrais apresentando uma explosão de cores desnorteante. Fica-se um pouco sem respiração. Passado o primeiro impacto, vamos caminhando pelo corredor central, boquiabertos…
Explicam-nos que cada detalhe da decoração foi determinado pelo fundador dos Arautos do Evangelho, Monsenhor João Clá Dias. A adequação das cores e o bom gosto em tudo impressionam. A maioria das pedras são originárias do Brasil mesmo. E são trabalhadas em ateliê dos próprios Arautos, assim como os deslumbrantes vitrais.
Há relíquias de santos de todos os dias do ano. Algo raro de encontrar em uma igreja em nosso País.
Quando estávamos já sem palavras de admiração, começam a tocar o órgão! Que maravilha! Aquele som se harmonizava com toda aquela arquitetura, com os vitrais, com as coloridas pedras do piso e com a abóbada estrelada! Ia começar um ensaio do coro para uma cerimônia de fim de ano. Sentamo-nos um pouco para terminar de assimilar tanta beleza ao mesmo tempo, e também pela falta de vontade de sair de lá…
A sensação era de estar na Europa, por um passe de mágica. Tudo parecia mais sonho do que realidade. Era inacreditável o que estávamos vivenciando.
Mas ainda havia maravilhas a conhecer. Em uma capela lateral, belíssima, o Santíssimo Sacramento está continuamente exposto, 24 horas, sendo adorado pelos arautos em rodízio, dia e noite, há vários anos. A qualquer hora, pois, há pelo menos um arauto rezando por nós! Quem poderia imaginar algo assim?
Outra misericórdia da Providência: nas duas capelas internas, uma dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano e outra a Nossa Senhora de Guadalupe, durante as Missas se encontram sacerdotes atendendo confissões. Quantas almas aflitas aí encontraram paz de alma ao se reconciliarem com Deus!
Para encerrar a visita à Basílica Nossa Senhora do Rosário, nada melhor do que convidar a todos os nossos leitores a fazerem essa peregrinação pessoalmente, levando toda a família.
Por certo, constatarão que a descrição acima ficou muito aquém da realidade…