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4 Motivos do Socialismo Falhar

Economia é a ciência que estuda a escassez. As famílias, um dos objetos de estudo da economia, que nada mais é que conjuntos de indivíduos, podendo inclusive ser apenas um indivíduo, tem desejos infinitos e recursos finitos. Ou seja, tudo quero, mas nem tudo posso ter. Para resolver essa questão, segundo Ludwig Von Mises, dois sistemas econômicos: o capitalismo e o socialismo, e seus infinitos meios termos.
Publicado em Artigo dia 2/02/2024 por Alan Corrêa

Por Alvaro Loss. Engenheiro, economista austríaco, administrador e gerente do Banco do Brasil. Casado, e com um amor inegociável pela liberdade individual.

Economia é a ciência que estuda a escassez. As famílias, um dos objetos de estudo da economia, que nada mais é que conjuntos de indivíduos, podendo inclusive ser apenas um indivíduo, tem desejos infinitos e recursos finitos. Ou seja, tudo quero, mas nem tudo posso ter. Para resolver essa questão, segundo Ludwig Von Mises, dois sistemas econômicos: o capitalismo e o socialismo, e seus infinitos meios termos.

O sistema capitalista soluciona a escassez defendendo e reconhecendo o direito à propriedade privada. O dono da propriedade, pode negociá-la como quiser, desde que não cause prejuízo na propriedade alheia em nenhum âmbito. Sempre por meio de contratos e trocas voluntárias.

O sistema socialista difere disso. As propriedades não são do indivíduo, mas sim de um coletivo maior, na prática não havendo proprietários. Os meios de produção, máquinas, minérios, espaços pertencem a humanidade, não ao humano.

As leis econômicas garantem que o socialismo dará sempre errado. A coletivização dos meios de produção é anti-humana, indo contra a natureza humana e sempre acaba em fracasso absoluto. Eis os motivos:

Destruição da Poupança e do Desejo de Poupar:

Ao se impor o socialismo, a propriedade que era privada, é confiscada e redistribuída. Ou seja, quem poupou, construiu, e produziu riqueza, devido a sua poupança e esmero são destes retirados para entregar sem a devida compensação a um grupo de zeladores, que não eram os criadores originais daquele bem produtivo. Logo, se pune a poupança, e mesmo o desejo de poupar. E os não poupadores receberão incentivos a não pouparem. Se não há poupança, não há investimento, e sem investimentos a economia pára. Menos bens de consumo serão produzidos, e com isso há o empobrecimento generalizado da população.

O Problema do Cálculo Econômico:

O socialismo acaba com o sistema de preços. E isso é contrário a uma das premissas básicas da economia. A função oferta/demanda/preço. O preço, nada mais é do que a necessidade de um produto em um determinado local. Se o preço estiver alto em determinado mercado, significa que aquele mercado está disposto a pagar mais por aquele bem, ou serviço. Logo com a eliminação do sistema de preços, não há como saber se um bem ou serviço é necessário ou não em dado mercado. O que torna, segundo MISES (a quem esse colunista tem profunda admiração) a economia socialista cega. Sem preços, não há como medir lucros ou prejuízos. Essa questão é, ainda segundo MISES, o problema do cálculo econômico. Como vou saber o que produzir se não há preço em um determinado bem? Aliás, quanto meu produto é bem aceito na sociedade, se não há um preço para ele? E se não há competição, como que vou poder melhorar meu produto, ou serviço? Logo podemos afirmar que o socialismo pleno, sem sistema de preços é um passo para a irracionalidade econômica.

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Utilização Excessiva de Fatores de Produção e Corrupção:

No socialismo marxista, como já supradito, não há sistema de preços. Logo, qual seria a motivação de um zelador de um meio de produção ao produzir mais ou menos? No capitalismo, há a possibilidade de um empresário reter seus produtos para aumentar seu valor, ou ainda produzir ainda mais para atingir alguma fatia do mercado não assistida por seus bens. No socialismo, não há a menor motivação de produzir a mais ou a menos. Há a cegueira da microeconomia, não se sabendo a demanda, nem o preço, mas apenas a oferta. Logo, qual o motivo que um zelador socialista não produziria até esgotar suas matérias-primas? Ou ainda, qual a motivação dele em não reter sua produção para vender em um mercado negro baseado em preços. Lembrando, que isso no sistema socialista é punível, já que é proibido um sistema de preços. A DECADÊNCIA DA QUALIDADE DOS BENS E SERVIÇOS: No capitalismo, um empresário só consegue manter ou expandir seu empreendimento se este empreendimento for capaz de se sustentar e entregar valores em retorno. Logo, um empresário no capitalismo tem todos os motivos para expandir sua empresa e gerar mais retorno para si, melhorando sua qualidade de vida. Logo no capitalismo existe um esforço para a melhoria de sua qualidade de produto, para que este seja mais aceito e tenha retorno positivo. No socialismo as coisas são bem diferentes. Os meios de produção estão nas mãos dos zeladores, e da mesma forma que os meios de produção são coletivizados, os lucros da produção são também coletivizados. Qual a motivação de melhorar e produzir se meus lucros não são meus?

Temos aqui um arcabouço teórico. Quatro motivos básicos de um sistema coletivista socialista não dar certo, e nunca dará. Qual o motivo de Cuba, Coreia do Norte sobreviverem? Simplesmente por que não são completamente socialistas e se apegarem a vestígios de capitalismo e humanidade que ainda são permitidos ou aceitos em suas sociedades.

  • Javier Milei e a Loucura Necessária
  • A teoria econômica, conforme apresentada nas críticas ao socialismo como as de Ludwig Von Mises, argumenta que o socialismo prejudica o incentivo para poupar porque remove ou reduz significativamente os direitos de propriedade privada e o controle individual sobre a própria riqueza produzida. Se as pessoas não podem manter os resultados de seu trabalho e poupança devido à coletivização dos meios de produção e redistribuição dos bens, então a motivação para economizar e investir para o futuro pode ser diminuída.

    Isso é porque, se os bens e recursos são confiscados e redistribuídos, independentemente do esforço e poupança de um indivíduo, ele pode perder a motivação para poupar. Isso, segundo a crítica, pode levar a um ciclo onde não há acumulação de capital (poupança), o que é necessário para investimentos e para o crescimento econômico sustentável. Sem investimento, a produção de bens e serviços pode diminuir, resultando em empobrecimento geral.